5/8/2014 15:13

Corinthians e o mau aproveitamento das categorias de base

Corinthians e o mau aproveitamento das categorias de base
Desde que retornou da Série B em 2008, o Corinthians tem sido um exemplo de gestão. Desde a saída do ex-presidente Dualib e a aprovação de um novo Estatuto do Torcedor que acabou com a reeleição presidencial, o time investiu em um novo Centro de Treinamento, Centro de Reabilitação e Estrutura Médica, além de ser mais transparente na parte financeira, e ter destaque nas negociações com jogadores e contratos de patrocínios. Tais mudanças tiveram resultados imediatos dentro de campo, com 7 títulos conquistados entre 2009 e 2013.

Em contrapartida as categorias de base do clube segue um caminho inverso. Enquanto muitas áreas do clube seguem de exemplo a serem seguidos, a administração das categorias de base demonstra como uma gestão jamais deve agir. Desde a gestão de Andrés Sanches até a do atual Mário Gobbi (período correspondente de 2008 a 2014), apenas 3 jogadores formados pelo clube tiveram certo destaque: o goleiro Júlio César, que já estava no elenco principal desde 2004, titular no Brasileiro de 2011, o zagueiro Marquinhos, um “reserva de luxo durante o primeiro semestre de 2012 e que foi jogar na Europa em umas das piores negociações da história do clube, e o atacante Dentinho, titular da equipe entre 2008 e 2011. (Atualmente o time conta com o lateral direito Fágner).

Muito pouco para uma equipe que já revelou jogadores do calibre de Rivellino, Viola e Casagrande. A gestão de Alberto Dualib, época marcada pelas conquistas dentro de campo e por polêmicas fora dela, também foi marcada pela forte presença de jogadores oriundos da base alvinegra. Em 1997, ano da parceria com o Banco Excel, o time tinha estrelas como Antônio Carlos e Túlio, mas também continha a presença do goleiro Ronaldo, do zagueiro Cris, o lateral Sylvinho e o volante Zé Elias. Entre 1998 e 2000, o elenco estrelado com Rincón, Ricardinho, Edílson e cia teve forte presença de atletas corinthianos, como os laterais Kléber e Índio, o zagueiro Anderson, o volante Edu e os atacantes Gil, Ewerthon e Fernando Baiano. Em 2005, ano da polêmica parceria com a MSI, que trouxe jogadores como Tévez e Roger, o clube já contava, desde 2004, com os goleiros Rubinho e Julio César, os zagueiros Marquinhos e Betão, os laterais Coelho, Eduardo Ratinho e Moreno, o volante Rosinei, o meia Élton e os atacantes Jô, Abuda, Bobô e Wilson.

A geração de 2004 seria a última a ter um considerado número de jovens jogadores a serem aproveitados pelo elenco principal, mas também iniciaria um “sistema conhecido como “queimar o jogador, que viria a ser uma marca registrada do Timão nos anos seguintes. Esta geração sofreria mais pela vaidade do elenco e a verdadeira bagunça administrativa que eclodiria em 2006. O principal jogador vítima da “queimação alvinegra seria Lulinha. Jovem promessa corinthiana, autor de 300 gols na categoria de base, presente em todas as Seleções de base, alta multa rescisória e abordado pelo Chelsea, o atacante subiu para o profissional no Campeonato Brasileiro de 2007. Apesar de negarem a imagem na época, o jogador acabou tido como a grande salvação da ameaça de rebaixamento do clube. Chegou a ter boas exibições, como na derrota para o Flamengo no Maracanã, mas o time sucumbiu e acabou rebaixado, mas Lulinha escapou de ser um dos culpados.

Em 2008, o jogador continuaria carregando a imagem de futuro craque e ficaria marcado pelas excessivas perdas de gols. No ano seguinte, a contratação de Ronaldo e ascensão de Dentinho e Jorge Henrique acabaram tirando espaço do jogador, que acabaria sendo emprestado a partir do segundo semestre, afim de ganhar maturidade e experiência, mas jamais voltaria ao clube, rodaria por times portugueses e o Bahia e deixaria o clube após o fim do contrato. Nos anos seguintes mais jogadores seriam adequados na “ideologia usada em Lulinha. Rejeitados pelos treinadores do período (Mano Menezes e Tite), foram cedidos por empréstimos pela equipe e seriam dispensados ao fim do contrato. Casos do zagueiro André Vinicius, o lateral Dodô, dos meias Elias Oliveira, Boquita, Marcelinho, os atacantes Taubaté e Douglas Tanque, entre outros. Além disso, jogadores do próprio clube teriam seu futebol reconhecido por adversários, como o goleiro Weverton do Atlético Paranaense, e o volante Nilton e o meia Éverton Ribeiro no Cruzeiro.

Atualmente os jovens continuam sendo “barrados e perdendo espaços para medalhões. Marquinhos forçou um empréstimo para a Roma após a contratação do contestado Anderson Polga. Os laterais Dener e Igor perderam espaços para Ramón e Uendel. Os volantes Gomes e William Arão, para Maldonado. E ainda os promissores meias Giovani e Matheus foram preteridos por Ibson e o irregular Douglas.

É coerente, e até correto considerar que jogadores tão jovens não tem a maturidade necessária para jogar em alto nível, mas se forem bem trabalhados e preparados, tal maturidade é atingida com certo tempo. Tal exemplo pode ser visto em dois grandes rivais da equipe, São Paulo e Santos, além de clubes como o Internacional, o Fluminense e o Atlético Paranaense. Clubes que possuem acomodações e um CT de categorias de base de primeiro mundo, demonstram preocupações com aspectos técnicos, emocionais e físicos, e integram seus jogadores ao elenco profissional de pouco a pouco.

O Corinthians parece demonstrar prioridade nas suas bases apenas no mês de janeiro, quando disputa a Copa São Paulo de Futebol Júnior, onde é o maior campeão. A competição tem sido usada como vitrine pelo empresário dos atletas, onde só demonstra que são eles que dominam as bases do Corinthians. O clube demonstrar precisar de uma mudança de pensamento, em parar de ver seus jovens como “lucro, e enxergá-los como atletas do clube.

Necessita qualificar melhor seu departamento, bem como investir em Centro de Treinamento a um nível superior e privilegiar detalhes como as partes técnicas e emocionais, e montar um planejamento para ter atletas competitivos durante as competições no decorrer do ano, como os Campeonatos Paulistas e Brasileiros Sub-17 e Sub-20. Um processo lento e demorado, uma tremenda mudança de atitude para tentar salvar a fraca categoria de base do clube paulista.


VEJA TAMBÉM
- Timão escalado para o jogo contra o Argentinos Juniors
- Reserva do Corinthians, Carlos Miguel é sondado por clubes do Brasil e da Europa
- Timão escalado para o jogo contra o Juventude









9348 visitas - Fonte: Lance!NET- futebolizan

Mais notícias do Corinthians

Notícias de contratações do Timão
Notícias mais lidas

Nenhum comentário. Seja o primeiro a comentar!

Enviar Comentário

Para enviar comentários, você precisa estar cadastrado e logado no nosso site. Para se cadastrar, clique Aqui. Para fazer login, clique Aqui ou Conecte com Facebook.

Últimas notícias

  • publicidade
  • publicidade
    publicidade

    Brasileiro

    Dom - 16:00 - Neo Química Arena -
    X
    Corinthians
    Atletico-MG

    Sudamericana

    Ter - 19:00 - Neo Química Arena
    4 X 0
    Corinthians
    Nacional Asuncion
    publicidade
    publicidade
    publicidade