10/5/2014 13:17

Com ídolos e vaias a Gobbi, torcida faz primeira visita à Arena Corinthians

Em manhã de jogos do Timão contra o Timão, torcida sofre com alguns problemas, mas se anima com gol de pênalti de Rivellino, de falta de Marcelinho Carioca e mais

Com ídolos e vaias a Gobbi, torcida faz primeira visita à Arena Corinthians
Rivellino comemora o primeiro gol da Arena Corinthians, de pênalti (Foto: Marcos Ribolli)

O dia foi de muita emoção na Arena Corinthians, mas também de problemas estruturais, preocupação e vaias para o presidente Mário Gobbi. Com cerca de 20 mil torcedores presentes, o novo estádio passou pelo seu segundo e último jogo-teste antes da estreia do time principal no local, marcada para o dia 18, contra o Figueirense, pelo Brasileirão. E teve também homenagem ao ídolo Ayrton Senna e o primeiro gol do estádio, marcado por Rivellino, de pênalti.

Sem estacionamento liberado para a Fiel, o primeiro obstáculo encontrado foi em relação ao acesso ao estádio. Quem chegou de carro teve problemas para parar o veículo. Um reflexo disso foi a reação dos próprios torcedores nas redes sociais, aconselhando os amigos que ainda chegariam a usar o transporte público.

Os ingressos, esgotados com antecedência pelos membros do Fiel Torcedor, vinham acompanhado de um voucher de identificação de assento, que teria de ser mostrado na entrada do setor.

Desacostumados com jogos com lugar marcado, muitos não portavam o comprovante. Prevendo esse problema, o clube instalou postos de impressão logo ao lado das catracas, mas uma falha no sistema - ocasionado pelo sinal irregular de internet -, fez os organizadores desistirem da obrigação. Assim, os torcedores tiveram livre acesso, podendo escolher onde sentariam - dentro de seus respectivos setores.

Instalada no Prédio Oeste, a imprensa teve dificuldades para trabalhar. Sem cabines, pontos de acesso de internet e mesmo tomadas, o jeito foi improvisar. A reportagem do GloboEsporte.com, por exemplo, se instalou dentro do camarote do ex-presidente Andrés Sanchez, principal responsável pela obra. Neste sábado, este foi o único camarote que teve funcionamento no estádio, contando com shows musicais e alimentação.

Com livre circulação dentro dos prédios - tanto o Oeste como o Leste -, os torcedores puderam se alimentar em lojas de conveniência, que vendiam água (300 ml) a R$ 4, lata de refrigerante a R$ 5, cerveja sem álcool a R$ 6, suco a R$ 5, salgadinhos a R$ 5, e combos de lanche e bebida a R$ 18. Vendedores ambulantes vendiam também pipoca, sorvete e cachorro-quente. Os banheiros, impecáveis em comparação ao Pacaembu, falhavam na falta de toalhas de papel. Funcionários, porém, fizeram a limpeza durante todo o evento, o que foi visto de forma positiva.

Após cerca de 2h de festa, o torcedor do Corinthians certamente saiu satisfeito com o que viu. Mas também preocupado.

Internamente, nos prédios com livre acesso, foram vistos fios atravessados, solo desnivelado (o que causou alguns tropeços) e um claro cenário de obra ainda inacabada - no cimento. A sensação é de que ainda há muito tempo para a Copa do Mundo. Mas não há. No dia 12 de junho, o Brasil estreia diante da Croácia em jogo válido pela abertura do Mundial.

TORCIDA E ÍDOLOS

Foi como pegar a chave do novo apartamento. Aos poucos, a partir das 9h, os torcedores foram entrando na Arena Corinthians. Empolgados e com olhar atento, reparavam em cada detalhe do estádio, em cada placa de instrução, em cada tufo de grama do campo, e em cada estrutura ainda inacabada. O primeiro contato da Fiel com a nova casa foi mágico, inesquecível. O primeiro grito de gol, pelo tento marcado por Roberto Rivellino, histórico.

Especial para os torcedores, mas também para os ex-jogadores. E os responsáveis pela festa, alguns ídolos históricos e outros nem tanto, jogaram mais que uma brincadeira de futebol. Disputaram um privilégio. Tão seriamente que teve até ex-jogador saindo de maca para o hospital. Palhinha, que sofreu pênalti duvidoso convertido por Rivellino, teve suspeita de fratura no ombro esquerdo.

Foram muitos os que desfilaram em campo. Biro-Biro, Emerson Leão, Vampeta, Luizão, Edilson, Marcelinho Carioca, Ronaldo (goleiro), Rincón, Edu Gaspar, Zé Elias, Zenon, Zé Maria, Dinei...a lista contou com mais de 100 nomes. Incluindo Elias e Jadson, fora do clássico contra o São Paulo, domingo, em Barueri.
Nos vários jogos de 15 minutos (medida adotada para que todos pudessem entrar em campo), não só Rivellino comemorou gol. Teve também comemoração de Elias, de Marcelinho Carioca (em falta, sua especialidade), Rincón, Leto, Alcindo, Liedson, Pingo...

No telão, o clube homenageou outros tantos, como Ayrton Senna, piloto de Fórmula 1, morto há 20 anos. Andrés Sannchez, emocionado, discursou e chorou no abraço de sua filha. Mário Gobbi, vaiado por organizadas, também falou ao ao público.

Um dia que entrou para a história mais que centenária do considerado "time do povo". Fique à vontade, corintiano! A casa já está aberta!



Corinthians colocou 20 mil ingressos à disposição do Fiel Torcedor. Vendeu tudo (Foto: Marcos Ribolli)


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