O Corinthians enfrenta uma situação delicada ??. Além de um déficit financeiro crescente e questionamentos sobre a premiação da Copa do Brasil, o clube está no radar do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), que investiga supostas irregularidades envolvendo cartões de crédito, relatórios de despesas e até possíveis ligações com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) ??.

A investigação ganhou força após o depoimento de Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo, que afirmou ao MP que “o crime organizado se infiltrou” no clube e revelou estar recebendo ameaças devido às denúncias.

O promotor Cássio Conserino apura se alguns jogadores podem ter se hospedado em imóvel ligado a José Carlos Gonçalves, o “Alemão”, figura conhecida no crime organizado. Fausto Vera, Rodrigo Garro e Talles Magno foram ouvidos como testemunhas. Até o momento, nenhum atleta é suspeito de crime. Talles Magno, inclusive, afirmou que alugou um apartamento próprio, sem vínculo com Alemão ??.

O Corinthians já havia sido citado em outros casos envolvendo o PCC, incluindo parte dos recursos do contrato com a ex-patrocinadora VaideBet e negociações de atletas em 2024, segundo investigações da Polícia Civil e do MP.

Para colaborar com o MP-SP, o clube começou a entregar os documentos solicitados referentes ao período de 2018 a 2025. Foram enviadas faturas dos cartões corporativos e, posteriormente, os relatórios de despesas da presidência. O promotor planeja ouvir outros dirigentes, incluindo o vice-presidente Armando Mendonça, nas próximas semanas.

O Procedimento Investigatório Criminal (PIC) busca esclarecer crimes como apropriação indébita, estelionato, furto qualificado, falsidade ideológica e associação criminosa. Inicialmente focado no uso de cartões de crédito nas gestões anteriores, o caso se expandiu para analisar também os gastos da presidência, incluindo o mandato de Augusto Melo. Até o momento, não houve decisão judicial sobre a suspensão de ex-presidentes ou sobre a quebra de sigilo do clube ??.