Um possível retorno de Augusto Melo à cadeira presidencial do Corinthians em agosto pode representar um potencial risco jurídico ao clube, visto o indiciamento do mandatário afastado por associação criminosa, furto qualificado e lavagem de dinheiro, que se tornou réu no caso VaideBet nesta terça-feira. Os contratos do holandês Memphis Depay e dos patrocinadores do Timão possuem cláusulas anticorrupção, que podem ser ativadas unilateralmente e gerar gastos elevados ao clube. As cláusulas 10.12, 10.13 e 10.14 do contrato de Memphis com o Corinthians dizem respeito à casos de corrupção. No item 10.13, por exemplo, o Timão atesta que nenhum de seus dirigentes estão envolvidos em qualquer atividade de infração à Lei Anticorrupção (Lei nº 12.846/2013) e à Lei contra a Lavagem de Dinheiro (Lei nº 9.613/1998). Contudo, o item 10.14 deixa claro que o descumprimento das duas primeiras cláusulas será considerado "infração grave". Neste sentido, se abre uma brecha para uma rescisão unilateral do contrato por parte de Memphis, sem qualquer tipo de consequência ao holandês. A grande questão é que, em caso de rescisão contratual, Memphis está protegido por outra cláusula. Se o item anticorrupção for acionado e o vínculo for encerrado unilateralmente, o Corinthians teria, em teoria, que arcar com o pagamento integral dos salários restantes e de todos os demais valores previsto no contrato do atacante, que se encerra em junho de 2026. O Corinthians, portanto, teria que pagar quase R$ 70 milhões ao holandês, referentes ao valor total líquido dos salários a serem recebidos, acrescidos dos direitos trabalhistas — como 13º salário, FGTS, férias e adicional de férias.
O contrato de Memphis garante direitos equivalentes à legislação CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Ou seja, o atleta poderia cobrar, ainda, adicionais de horas extras. Ele é contratado para trabalhar apenas 44 horas semanais, o que pode ser ultrapassado em caso de partidas longe de São Paulo, por exemplo. Confira, a seguir, o que dizem as cláusulas contratuais mencionadas acima: " 10.12 - O CORINTHIANS se compromete a observar as normas legais vigentes no país, incluindo, mas não se limitando, à Lei Anticorrupção (Lei nº 12.846/2013) e à Lei contra a Lavagem de Dinheiro (Lei nº 9.613/1998). 10.13 - O CORINTHIANS declara, por livre manifestação, não estar envolvido, direta ou indiretamente, por meio de seus representantes, administradores, diretores, consultores ou partes relacionadas, em qualquer atividade ou prática que caracterize infração administrativa nos termos da Lei Anticorrupção e da Lei contra a Lavagem de Dinheiro. 10.14 - O descumprimento, por qualquer das partes, das normas legais anticorrupção e de combate à lavagem de dinheiro será considerado infração grave, implicando na possibilidade de rescisão do contrato pelo ATLETA/MD IMAGE, sem qualquer ônus ou penalidade à outra Parte ". Veja ainda, abaixo, a cláusula 3.1.2 do contrato de Memphis, que faz referência ao pagamento integral dos valores devidos até o final de seu vínculo em caso de rescisão unilateral.
Segundo soube a reportagem, a cláusula anticorrupção presente no vínculo de Memphis Depay também está inclusa nos demais contratos assinados com os patrocinadores do clube. Ou seja, caso Augusto Melo retome suas funções em agosto, as empresas estarão livres para rescindir seus respectivos contratos e cobrar os valores do Corinthians, caso assim desejem. A Ambev, uma das parceiras do Corinthians, entrou em contato com o clube para entender maiores detalhes da situação e como o caso tem sido tratado pela alta cúpula alvinegra.
Após o indiciamento de Augusto Melo, no último dia 22 de maio, patrocinadores e parceiros comerciais do Timão ficaram receosos com os recentes desdobramentos no caso VaideBet. As companhias não querem que o caso policial seja, de alguma maneira, vinculado à elas. Neste sentido, não seria surpreendente se alguma delas desejar romper o vínculo caso o mandatário retorne ao cargo. Um exemplo a ser citado foi a coletiva do presidente afastado um dia após o indiciamento, realizada na Neo Química Arena. Houve uma forte pressão dos patrocinadores para que a entrevista não estampasse as logos das empresas parceiras, como sempre acontece em entrevistas de jogadores e do técnico Dorival Júnior, por exemplo. A solução encontrada pela assessoria de Augusto Melo foi cobrir a bancada da sala de imprensa com um pano preto e deixar o telão que fica atrás dos entrevistados desligado.
O Corinthians tem, neste momento, um presidente afastado de suas atividades, indiciado pela Polícia Civil e denunciado pelo Ministério Público no caso VaideBet: Augusto Melo, que pode retornar ao cargo caso seja referendado na Assembleia Geral dos Sócios. Augusto Melo, Marcelo Mariano (ex-diretor administrativo do Corinthians) e Sério Moura (ex-diretor de marketing) foram indiciados pelos crimes de lavagem de dinheiro, associação criminosa e furto qualificado. Os três, junto de Alex Cassundé, foram denunciados pelo Ministério Público e se tornaram réus no caso VaideBet nesta terça-feira. Marcelo Mariano, Sérgio Moura e Alex Cassundé não possuem mais nenhum tipo de ligação com o Corinthians.
O Corinthians se prepara para a partida de amanhã (23), contra o Cruzeiro, pelo Brasileirão.
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— Corinthians (@Corinthians) July 22, 2025



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