O Conselho Deliberativo do Corinthians irá se reunir para votar o impeachment de Augusto Melo no dia 26 de maio, no Parque São Jorge. O pleito ocorre em meio a uma crise financeira no clube , que teve suas contas de 2024 reprovadas, e ao avanço das investigações das autoridades no caso Vai de Bet, que detectaram parte do valor da comissão paga pelo Timão ao intermediador em uma conta ligada ao PCC. Nesta sexta-feira (16), o presidente concedeu entrevista coletiva na Neo Química Arena e falou sobre o caso. Ao lado de seu advogado, Ricardo Cury, Augusto Melo se disse surpreso com os dados revelados no relatório inicial das investigações, negou responsabilidade e que apenas participou dos trâmites normais no contrato com um patrocinador.

— Não sei dizer, não conheço essa situação. Para mim, foi uma surpresa enorme. Segui meu trâmite. Sou o primeiro a fazer uma proposta e o último a assinar. Minha área é administrativa e comercial. Quando chega em mim a assinatura é porque o contrato vou aceito por todos os departamentos competentes. Fui o primeiro a falar: "Vai explodir? Que exploda! Se tem algo errado, procurem a Justiça — falou o presidente Augusto Melo. Augusto Melo concedeu entrevista na Neo Química Arena
A Vai de Bet patrocinou o Corinthians entre janeiro e junho do ano passado. O clube pagou R$ 1,4 milhão em comissão de intermediação à empresa Rede Social Media Design Ltda, de propriedade de Alex Cassundé. Investigações da polícia identificaram repasses dessa empresa para a UJ Football Talent Intermediações Tecnológicas, citada por Antônio Vinicius Gritzbach ,empresário conhecido como delator do PCC ,em apurações do Ministério Público de São Paulo (MPSP) sobre o crime organizado. Gritzbach foi assassinado em novembro do último ano, na área de embarque do aeroporto de Guarulhos. Augusto Melo negou que tenha envolvimento com o caso e eximiu o Corinthians de culpa nas consequências de como o dinheiro é usado após o pagamento dos intermediários. O presidente negou que possa renunciar ao cargo.