O Corinthians venceu, mas não convenceu. Na noite da última quinta-feira, o Timão bateu o Racing, por 1 a 0, e assumiu a segunda colocação do Grupo C da Copa Sul-Americana com oito pontos ganhos em cinco rodadas. Por mais que o resultado tenha sido positivo, a apresentação deixou muito a desejar.
Antes de esmiuçar a atuação do Corinthians no estádio Centenário, é necessário frisar que o Racing tinha sofrido 12 gols em quatro rodadas e sequer havia somado pontos na competição - sendo a única das 32 equipes participantes da fase de grupos que segue zerada. Diante deste adversário, o "saco de pancadas" da Sul-Americana, o técnico Dorival Júnior optou por priorizar o Campeonato Brasileiro e poupar seus principais jogadores pensando no clássico de domingo, contra o Santos.
O Corinthians entrou em campo com uma equipe mista, evidenciando a falta de entrosamento. Mais uma vez, como já tem sido costume desde o início do ano sob o comando de Ramón Díaz, faltou criatividade ao sistema ofensivo, profundidade aos pontas, paciência para colocar a bola no chão e, aos poucos, pressionar o Racing em seu campo de defesa.
A situação melhorou no segundo tempo com as entradas de Yuri Alberto, Igor Coronado e André Carrillo. A equipe encontrou o gol com Matheus Bidu, aliviou a pressão em campo, mas passou muito longe de encantar alguém com o futebol apresentado. O trabalho de Dorival Júnior está apenas no começo, o calendário é apertadíssimo e é necessário rodar o elenco para ter fôlego em uma temporada com três competições simultâneas no calendário.
Contudo, mesmo diante do cenário, o desempenho no Uruguai é muito pouco para um clube com uma folha salarial de mais de R$ 20 milhões mensais. O resultado, no Uruguai, não foi mais do que obrigação. Até aqui, por mais que haja boas possibilidades matemáticas de classificação ao mata-mata na última rodada, o Corinthians tem sido uma decepção na Copa Sul-Americana. É preciso ser muito mais competitivo para manter viva a ambição de disputar o título continental.