Na última segunda-feira (5), o presidente do Corinthians, Augusto Melo, e o novo diretor administrativo do clube, Ricardo Jorge, assinaram um memorando que suspende, por tempo indeterminado, todas as movimentações funcionais na instituição. A medida afeta contratações, promoções internas e reajustes salariais em todos os departamentos. Apesar da abrangência da decisão, o departamento de futebol poderá ter mais flexibilidade para movimentações pontuais, já que opera com um centro de custo separado e mais robusto. Segundo a diretoria, a medida visa preservar a responsabilidade fiscal e reequilibrar as finanças do clube. A orientação é que a norma seja cumprida por todos os setores — do operacional à alta gestão.
Exceções só serão admitidas em casos de real urgência, mediante justificativa formal e comprovação de qualificação técnica do profissional envolvido, sempre com aprovação da direção. A iniciativa ocorre em meio à pressão crescente sobre a gestão de Augusto Melo. O balanço do primeiro ano de sua administração foi rejeitado tanto pelo Conselho Fiscal quanto pelo Conselho de Orientação (Cori), que apontaram um crescimento expressivo no passivo total do clube. Enquanto a diretoria divulgou um aumento de quase R$ 600 milhões, o Cori sustenta que o crescimento foi de R$ 829 milhões.

O Corinthians afirma que esse valor se refere ao passivo total — e não à dívida bruta — e que inclui receitas a realizar, ou seja, valores ainda não recebidos, mas previstos. Segundo dados oficiais publicados no site do clube, o passivo total do Corinthians hoje é de R$ 2,568 bilhões. Deste montante, R$ 1,9 bilhão são do clube, e outros R$ 668 milhões referem-se ao financiamento da Neo Química Arena. Com o parecer desfavorável dos conselhos, Augusto Melo pode enfrentar um novo processo de impeachment.
O Corinthians volta aos gramados nesta terça-feira (6), diante do América de Cali, pela quarta rodada da Copa Sul-Americana. O confronto será às 21h30 (horário de Brasília).