O Corinthians projeta fechar o ano de 2024 com um déficit financeiro de R$ 237,8 milhões, segundo um documento enviado aos conselheiros do clube. Esse valor é muito superior ao previsto no início da temporada, quando o orçamento revisado em março indicava um superávit de R$ 17,5 milhões.

O rombo nas contas é explicado por três fatores principais. O primeiro deles é um custo de R$ 37 milhões com jogos, seguido por R$ 40 milhões de despesas financeiras. Além disso, há R$ 32,7 milhões relativos ao Profut e, principalmente, R$ 140,8 milhões decorrentes de uma mudança nas regras contábeis sobre a formação de atletas.

Sobre esse ponto, o Corinthians explicou que, até 2023, os custos com a formação de atletas eram contabilizados como ativos, mas com a nova regra implementada em 2024, esses valores passaram a ser registrados como despesas. Isso gerou um ajuste que impactou o resultado financeiro deste ano.

Outro fator importante que contribui para o déficit é a arrecadação abaixo do esperado, especialmente com patrocínios. O clube estimava arrecadar R$ 263,1 milhões, mas a previsão atual é de R$ 178,1 milhões. As despesas financeiras, principalmente com juros, também ficaram acima do orçamento, alcançando R$ 176,2 milhões, enquanto a estimativa inicial era de R$ 96,7 milhões.

Por outro lado, o Corinthians obteve uma receita superior à prevista com a venda de atletas, faturando R$ 373 milhões, o que resultou em um superávit operacional de R$ 55,8 milhões. As vendas de Gabriel Moscardo e Wesley, em particular, contribuíram de maneira significativa para esse resultado positivo.

A dívida total do Corinthians aumentou em cerca de R$ 400 milhões, passando de R$ 1,97 bilhão para R$ 2,39 bilhões. Esse aumento se deve, em parte, à revisão de dívidas tributárias, que somaram R$ 109 milhões, envolvendo débitos municipais e federais de anos anteriores.

Esses números ainda podem sofrer alterações até o final de 2024, pois fazem parte de uma projeção da diretoria financeira do clube.