O Corinthians segue enchendo o seu plantel de qualidade técnica, poder de decisão e identificação com o clube. Fatores importantes e reforçados com a chegada de Paulinho. Mas desde que Sylvinho começou a contar com Renato Augusto, Giuliano, Willian e Roger Guedes, a busca principal é pelo equilíbrio. Competitividade em todos os momentos do jogo continua sendo a carência.



É claro que afirmar isso sem nenhum minuto jogado na nova temporada pode soar prematuro. O ano ainda não virou e o elenco não está fechado. Chegadas e partidas de atletas acontecerão, mas é difícil fugir muito de uma certeza. Haverá cobrança para comportar o ''quinteto fantástico'' corintiano ao mesmo tempo em campo. Até que ponto isso é possível sem perder combatividade no momento defensivo e vitalidade num time com média alta de idade.


O 2º turno do Brasileirão deixou isso muito nítido. Como abordei em outubro, sempre que houve sequência de dois jogos em uma semana, durante um período considerável, o time caiu de produção. Nos jogos em casa isso aparecia menos pela qualidade do gramado e a proposta de se impor com a posse de bola para aproveitar a capacidade técnica da equipe. Como controlava mais as ações, sofria menos, mas até em Itaquera aconteceu em determinados jogos.


Outro sofrimento constante vinha em fase defensiva. A última linha com Fágner, João Victor, Gil e Fabio Santos fez belo campeonato, mas esteve exposta em várias partidas. Por vezes, Gabriel foi o único jogador de mais ''pegada'' no meio-campo. Em outros jogos, nem ele esteve presente. Renato Augusto e Giuliano não conseguiam fechar o centro com intensidade. Willian, Roger Guedes e Gabriel Pereira também apresentavam dificuldades pelos flancos.

Paulinho pode dar um pouco mais de combatividade no setor. Ajudar Gabriel, Cantillo, ou até mesmo Éderson, que retorna após boa temporada no Fortaleza, seja qual for o volante escolhido por Sylvinho. Mas esta não é a principal característica dele. Não era no auge da carreira, o que dirá agora, perto de completar 34 anos.


Os poucos jogos realizados nos últimos dois anos também podem cobrar o seu preço na sequência para entrar em forma. Neste caso, Paulinho terá mais tempo e tranquilidade para se preparar, algo que o quarteto contratado no meio de 2021 não teve, mas o encaixe dele no time é uma incógnita. Quem sai? Roger Guedes seria adiantado? Ele já pediu para não jogar como único atacante central.



Paulinho segue com potencial para desequilibrar no futebol brasileiro. Entra na área, finaliza como poucos, infiltra no tempo certo e traz muita hierarquia ao vestiário do Timão, mas não basta distribuir as camisas. Sylvinho certamente sabe disso, e tem um desafio pela frente. Tornar o time mais equilibrado e sustentável para a dura temporada que vem por aí.

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