Não era um domingo qualquer para a torcida do Corinthians, e isso foi possível perceber bem antes de a bola rolar na Neo Química Arena para a partida contra o Grêmio, a última do Timão em casa neste ano.

Ainda na semana, fotos de caixões tricolores e músicas provocativas começaram a circular nas redes sociais. Era a preparação de uma vingança aguardada desde 2007. Após14 anos, o Corinthians poderia dar o troco e rebaixar o Tricolor Gaúcho.



Em termos de classificação, havia pouco em jogo para o Timão, que já estava classificado para a Libertadores de 2022. Porém, o clima em Itaquera era de decisão.

– Tem que rebaixar os caras – era a frase mais ouvida entre os alvinegros antes da partida.

Com a justificativa de evitar confrontos entre gremistas e corintianos, a Polícia Militar proibiu a entrada de alguns adereços provocativos no estádio, como caixões de papelão, cruzes e letras B. Mesmo assim, as referências à segunda divisão estavam por todos os lados nas arquibancadas e até no céu, onde sobrevoaram uma pipa tricolor e um drone com o "fantasma da B".

Logo que os visitantes foram ao gramado para o aquecimento, foi entoado o canto que mais se repetiu ao longo da tarde:

– Arerê, o Grêmio vai jogar a Série B!

O desenrolar do jogo fez a Fiel torcida, aos poucos, deixar provocações de lado e se focar em incentivar o time, que não jogava bem. O gosto de vingança foi dando lugar ao sabor amargo da frustração.

Porém, o golaço de Renato Augusto, aos 40 minutos do segundo tempo, fez a Arena tremer e reacendeu as provocações. Logo na sequência, sinalizadores surgiram no setor Sul, logo ao lado de uma faixa que simbolizada o sentimento corintiano:

– 2007 tá pago.



O empate por 1 a 1 não sacramentou a queda do Grêmio para a Série B, mas deixou a situação do clube gaúcho praticamente irreversível, para deleite das 43.980 pessoas que foram a Itaquera.