Dentinho surgiu no Corinthians como uma grande revelação e não demorou a ser vendido para a Europa. Na Ucrânia, defendeu o Shakhtar Donetsk, o time mais brasileiro do Velho Continente. Após 10 anos no clube, ele está livre para acertar um novo desafio. O problema é que suas últimas temporadas foram ruins, o que deixa os interessados em situação de risco ao fazer tamanho investimento.



Ele saiu do Brasil com 22 anos e pretende voltar com 32. Além da idade avançada, seu aproveitamento no Shakhtar foi muito ruim, principalmente nas ultimas temporadas. Ele soma em dez anos o tempo de 82 partidas completas, isso representa uma baixa média de 8,2 por temporada.


Em apenas duas temporadas, ele ultrapassou a marca de 30 jogos em um ano: 2016/17 e 2017/18 —em 2015/16 chegou perto com 28. As últimas temporadas, então, foram bem baixas.


O que mais chama atenção, no entanto, são os poucos gols para um camisa 9. Verdade seja dita, ele nem sempre era utilizado como centroavante no time ucraniano. Já jogou também de atacante pelos lados, meia ofensivo e até mais recuado, o que o deixava mais distante do gol. Mesmo assim, marcou apenas 29 vezes na década que esteve no Shakhtar —média de 2,9 por ano.


Ligado ao Corinthians por ter sido revelado no clube, Dentinho foi descartado pela diretoria na última terça-feira (9). O presidente Duílio Monteiro Alves disse que o jogador não é camisa 9, o que é meia verdade. Ele pode atuar em qualquer função no ataque. O fato é que o atleta está fora dos planos. E agora? Quem está disposto a abrir as portas?


O outro lado

Contratar Dentinho é uma aposta arriscada, mas isso não quer dizer que quem decida fazer isso não possa se dar muito bem na escolha. Ao mesmo tempo em que a idade pode ser um problema, também pode trazer soluções. A experiência adquirida no Shakhtar é um fator importante e pode ajudar, dependendo do perfil de clube em que venha a jogar.


Dentinho é um camisa 9 de mobilidade, função que está em alta no Brasil. Ele se encaixa nesse perfil e pode ter números muito superiores aos das últimas temporadas caso tenha uma sequência maior de jogos. O risco existente é justamente por não ter importância tão grande no elenco do Shakhtar, o que pode ser facilmente resolvido em seu retorno ao Brasil.



Mesmo no Shakhtar, Dentinho teve lampejos de bom futebol. Tanto que os ucranianos, em 2016, renovaram seu contrato até o fim de 2021. Ou seja, o jogador já estava há quatro anos no clube e convenceu os diretores de que poderia ser mais aproveitado, o que não aconteceu de fato.

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