A derrota por 1 a 0 para o Fortaleza, fora de casa, na noite do último domingo, colocou fim a uma sequência de seis jogos invicto do Corinthians e tirou da equipe comandada por Sylvinho a iminente possibilidade de encostar no pelotão de cima do Campeonato Brasileiro. Preço pago pelo primeiro tempo ruim em Fortaleza.

O sistema defensivo, que parecia estabilizado nos últimos jogos, esteve exposto no Castelão e sucumbiu diante de um Fortaleza organizado e compactado do meio para frente. O Timão não se adaptou ao que o rival lhe apresentou.

Agora, Sylvinho terá a semana livre para treinamentos, já que o próximo jogo será apenas no próximo sábado, contra o Atlético-MG, em casa, pela 12ª rodada do Brasileirão. Momento para o Timão tirar vantagem dos rivais que ainda disputam outros campeonatos e passarão a ter mais jogos.

Vacilo entrelinhas

O primeiro tempo do Corinthians foi ruim individualmente, mas principalmente como conjunto.

O sistema de marcação não funcionou, permitindo ao Fortaleza não só ganhar campo do meio para frente, como também a conseguir passes importantes entre a penúltima e última linhas de marcação corintiana, expondo a linha de quatro defensores ao mano a mano.

Um meio-campo que não cria também não foi capaz de conter os avanços do rival. O Fortaleza jogou como quis, aproximando seus homens na troca de passes e se aproveitando dos espaços para ficar mais próximo ao gol.

Foi assim que Robson abriu o placar aos 18 minutos: Fagner tentou passe para Jô, que não dominou. O lance seguiu e Cantillo, fora de posição, não conseguiu cortar o tal passe entrelinha para o jogador. Robson recebeu, avançou e marcou um golaço no Castelão. Castigo para o Timão.

Como mostra o mapa de calor exibido no intervalo da transmissão da partida no Premiere, o Fortaleza soube jogar de maneira compactada, agrupado do meio para frente e organizado. Assim, dominou a etapa inicial do começo ao fim. O Corinthians esteve mais na defesa do que em qualquer outra parte.

Preço alto

O primeiro tempo ruim custou a derrota ao Corinthians, já que a melhora na etapa final não foi suficiente para alterar o placar. O Fortaleza perdeu seu camisa 10, Lucas Crispim, com câimbras, um dos jogadores que organizava o time do meio para frente. O Corinthians se aproveitou.

Sylvinho fez todas as alterações possíveis: entraram Araos, Roni, Luan, Marquinhos e Felipe Augusto no time, reconfigurando a equipe na parte ofensiva. Mateus Vital esteve em noite de decisões ruins e pouco contribuiu além de um chute na etapa inicial.

Já Gustavo Mosquito sofreu sozinho pela ala direita. Mais uma vez, teve de se reinventar no ataque sem Fagner para jogar ao seu lado na construção ofensiva. O lateral novamente ficou preso à defesa. Mesmo assim, foi dele a melhor jogada ofensiva, individual, partindo de trás... E chegando até Vital.



Reconfigurado com seus novos jogadores em campo, o Corinthians seguiu se apresentando como um time previsível do meio para frente. O Fortaleza, por sua vez, soube sofrer. Se impôs em casa e se manteve a superioridade por todo o jogo.

Agora, Sylvinho terá a semana livre para treinamentos para tentar corrigir os problemas da equipe e tirar da cartola soluções mais eficazes do que ceder campo aos rivais e permitir passes em profundidade que exponham sua equipe.

Corinthians em números*
46% de posse de bola
334 passes certos (27 errados)
4 finalizações certas (12 erradas)
21 desarmes certos (1 errado)
3 cruzamentos certos (15 errados)
17 lançamentos certos (18 errados)
*De acordo com o Footstats.