3/5/2021 18:30

Ramiro explica adaptação do Corinthians ao novo esquema e valoriza manutenção do tabu contra o São Paulo

Meio-campista deu entrevista exclusiva para o ge na tarde desta segunda, um dia após o clássico

Ramiro explica adaptação do Corinthians ao novo esquema e valoriza manutenção do tabu contra o São Paulo
Foi um domingo de novidades para os jogadores do Corinthians. Primeiro, pelo horário do clássico contra o São Paulo, às 22h15. Depois de treinar no CT no sábado de manhã, foram longas horas de preparação mental e física para o jogo da noite seguinte, que acabou com um empate do por 2 a 2.



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Foram dois dias em que as horas não passaram, ficamos no CT ansiosos pelo jogo num horário atípico, diferente do que estamos acostumados, mas temos tido muitas coisas atípicas neste último ano. Estamos convivendo com bastante coisa inédita e essa foi mais uma delas – disse Ramiro em participação no podcast "GE Corinthians", nesta segunda-feira.

Timão com três zagueiros, em estratégia do técnico Vagner Mancini para espelhar a equipe do São Paulo. Um esquema que Ramiro e outros jogadores jamais haviam utilizado no Corinthians.

Acho que desde a base eu não jogava assim... Não, minto, em 2013 eu cheguei a jogar no Grêmio com três zagueiros, mas fazia quase oito anos que eu não jogava, foi uma experiência nova. A gente treinou na véspera, o Mancini adotou a estratégia, e a gente trabalhou no campo a forma que iria enfrentar o adversário, para espelhar o sistema e trazer dificuldade para eles. Acredito que outros jogadores já tinham trabalhado nesse sistema alguma vez na carreira, mas juntos foi uma experiência nova, que demandou muita concentração – disse o jogador.

Na véspera ele montou a equipe titular, juntamente com quem ia ficar fora, simulando o posicionamento do São Paulo. E aí a gente se prepara, não tem muito tempo para treinar, é mais na conversa, no treino rápido no campo e na concentração de cada um de colocar em prática aquilo que foi pedido pela comissão – detalhou.

O Timão não começou bem no jogo, saiu perdendo, mas conseguiu a virada. O empate do São Paulo veio nos acréscimos, com um pênalti convertido por Luciano.

O 2 a 2 ao menos, aumentou o tabu do arquirrival em Itaquera. Agora, são 14 jogos de invencibilidade, com dez vitórias e quatro empates.

A gente teve essa situação lá na Vila Belmiro, contra o Santos, que fazia muito tempo que o Corinthians não ganhava lá. A gente sabe que o tabu e a quebra do tabu ficam na história, são coisas importantes, que depois são comentados e relatados. Tivemos a oportunidade de ir à Vila e ganhar (por 2 a 0), então para quem está no grupo é importante, dá moral. Jogar em casa e ter que defender uma invencibilidade de 13 jogos é uma certa responsabilidade, mas uma responsabilidade boa, positiva, quem veste a camisa do Corinthians tem que se impor em casa e vencer sempre. Esse tabu serve de motivação para que a gente siga vencendo e tendo resultados positivos.

Confira os principais trechos da entrevista:

ge: Qual o sentimento de vocês após o 2 a 2 no clássico?

Ramiro: – A gente ficou um pouco chateado pelo resultado no final, aquele golzinho que nos tirou a vitória no fim, mas a equipe competiu, jogamos de igual para igual com uma grande equipe e agora é dar seguimento ao trabalho.

O que mudou para você neste novo esquema do Corinthians?
Na realidade, a gente troca um jogador ofensivo por um jogador defensivo. Defensivamente, a gente fica mais protegido, então a função dos volantes não é mais tanto necessária na parte defensiva, mas aí a gente tem que atacar um pouco mais, ajudar o pessoal da frente, estar se somando lá para não chegar numa situação de linha de fundo, de término de jogada, e ter somente o centroavante na área, ter só uma ou duas opções de passe na hora da finalização. A gente teve que se adaptar também, mas os volantes e centroavantes são os menos afetados nesta troca de sistema.

O time teve dificuldades no início do jogo, né?
A troca de sistema causa isso, uma certa insegurança no início, a gente um pouco na dúvida do que fazer, como se movimentar, de opções de passe, onde os companheiros estariam posicionados... Isso demanda tempo. Fizemos um treino na véspera, adotamos uma estratégia, então colocar em prática já desde o primeiro minuto com qualidade não é uma situação fácil. A gente procurou conversar no decorrer do jogo, em ajustar, cobrar, procurar evoluir. Tomamos o gol e tivemos que correr atrás, então dentro da partida buscamos soluções para virar o jogo. Tivemos a felicidade de antes do intervalo conseguir o empate e aí você volta para o segundo tempo um pouco mais tranquilo, já fazendo as correções necessárias no intervalo e podendo desempenhar um segundo tempo melhor.

O que mudou na segunda etapa?
A gente teve bastante ajuste da saída de bola, a gente estava tentando muito acelerar uns passes desnecessários, entregando a bola fácil para o adversário, isso estava sendo fundamental para a gente não chegar com qualidade no ataque. Essa questão de passar tranquilidade, ter aproximação no setor que tem a bola para conseguir tocar... O São Paulo impôs uma marcação individual no meio-campo, então a gente teve que entender isso, achar uma forma de se livrar dessa marcação, com toques rápidos, com o jogo em apoio, o famoso um, dois. No intervalo a gente conversou para ajustar isso e para que, no segundo tempo, a gente tivesse mais tranquilidade para chegar ao ataque.

Foi uma semana dura. O Corinthians venceu o Santos na Vila, perdeu para o Peñarol em casa e manteve o tabu contra o São Paulo com um empate. Como vê o momento da equipe?
Tem uma situação que a gente encontra no Corinthians que é a pressão e a obrigação de vencer todos os jogos. A gente sabe o tamanho da exigência da torcida e dessa camisa, não é novidade esse tipo de cobrança, a forma como a gente tem que encarar cada partida. Obviamente, nem sempre a gente vai conseguir vencer, nem sempre vai atuar de uma forma que todo mundo espera e trabalha, mas temos que ter nossa consciência de fazer o melhor, nos dedicar nos jogos e buscar resultados positivos. A gente vem tendo oscilações, ainda não tem uma equipe titular definida, isso são coisas que influenciam nas atuações. Estamos dando oportunidade para muita gente, o clube vem passando por dificuldades e está apostando em meninos da base que demandam algum tempo até se tornarem realidade, são meninos que estão passando por um processo de adaptação. A gente está se dedicando muito nos jogos e no dia a dia para ter uma sequência boa de resultados.

Torcedores organizados estiveram na porta do CT no sábado para protestar. Vocês conseguem ouvir lá de dentro? Como isso impacta?
A gente escuta bastante. O CT, obviamente, é grande, mas o barulho também é grande. Eu estou no Corinthians há dois anos e meio e não foi a primeira vez que vivi isso, em mais oportunidades isso já aconteceu, tanto de forma positiva como de negativa, com cobranças. Eu aprendi que isso no Corinthians é muito forte, a torcida cobra muito, é confiar e manter a cabeça no lugar, a torcida está no papel dela de cobrar e incentivar, a gente tem que manter a cabeça no trabalho, procurar dar o nosso melhor, fechar a boca e corresponder com trabalho, acho que não tem outra forma de demonstrar algo diferente. Obviamente a gente fica chateado quando a torcida vem cobrar, porque a gente também se cobra muito.

Quando eu perco um jogo vou para casa extremamente chateado, tanto quanto o torcedor, a derrota também é dolorida para nós, não é fácil lidar. Mas no dia seguinte temos que virar a página para pensar no jogo seguinte, procurar trabalhar e melhorar o que aconteceu errado. Aqui no Brasil a cobrança é muito em cima do resultado, então temos de estar com a cabeça tranquila para fazer nosso trabalho, continuar demonstrando força de vontade para que os resultados dos jogos sejam sempre positivos. A gente sabe que isso nem sempre vai acontecer, então temos que estar preparados para também nas derrotas dar a volta por cima e buscar novamente as vitórias.

Um dos focos do protesto foi Vagner Mancini. Acha que o torcedor deve acreditar que ele entregará os resultados buscados pelo clube em 2021?
O que posso dizer é que estamos tentando fazer as coisas acontecerem da melhor forma, tanto o Mancini, como a comissão e nós. Como clube, estamos sempre buscando resultados positivos. Vamos continuar em busca disso, trabalhando. Como falei, não temos uma equipe definida, o Mancini vem procurando fazer isso na mente dele, isso não é responsabilidade nossa, cada um tem que dar o seu melhor e deixar nas mãos dele para escalar quem ele acha que está à altura para estar entre os 11.

A gente bem no Paulistão, com uma pontuação boa, liderando o grupo, garantindo vaga na próxima fase. Temos agora um jogo importante na Sul-Americana em que só a vitória nos interessa, vamos para o Peru buscar a vitória para que a gente consiga seguir com chances de classificação.

João Victor vem numa ótima fase e, neste clássico, fez o pênalti que permitiu o empate nos acréscimos. Acha que esse tipo de coisa normal num momento de aposta em jovens?
Quanto aos meninos e a oscilação, erros e acertos vão fazer parte, principalmente no início. Eles têm que ter o respaldo da comissão e de nós, os mais velhos. Comentamos que quando ganha ou vai bem o jogador não é o craque, e quando perde não é o pior jogador do mundo. Temos de ouvir quem está no dia a dia, ter uma autocrítica, que é importante para a evolução. Eles vão acerta e errar, estaremos aqui para respaldar, e eles também buscando uma melhora com a cabeça boa e tranquila, para futuramente dar alegrias ao clube. São jogadores jovens, com uma margem de evolução grande, a gente torça para que isso aconteça e eles estejam com cabeça boa depois de uma derrota ou um erro e eles consigam seguir trabalhando.

O Corinthians hoje é um dos clubes já classificados para as quartas do Paulistão. Acha que um título estadual neste ano pegaria muita gente de surpresa?
No dia que o Corinthians conquistar um título e surpreender, alguma coisa estará errada. Pelo tamanho do clube, a história... Nos últimos dez anos, o tempo que estou no profissional, o Corinthians sempre esteve brigando por títulos, na parte de cima das tabelas. A gente vem de uma oscilação, de um processo de transição com jovens, mas é Corinthians. A camisa é a mesma, a história é a mesma, a vontade de vencer tem que ser a mesma. Vamos pensar passo a passo, o sonho final é sempre a conquista, mas temos que ter os pés no chão, trabalhar jogo a jogo, para quem sabe no final da competição ser campeão.



O próximo jogo do Corinthians é diante do Sport Huancayo, no Peru, na quinta-feira. Com só um ponto em dois jogos, é o momento de vencer para voltar para a briga?
Não tem outra escolha, não tem outro caminho que não seja buscar a vitória. A gente vai respeitar a equipe deles, como respeitamos todos os adversários, mas se quisermos almejar algo na competição a vitória é imprescindível. A gente já deixou escapar dois pontos no Paraguai, (0 a 0 com o River Plate) perdemos três pontos em casa (derrota para o Peñarol), não tem mais conversa. Neste momento é falar pouco, focar nos nosso objetivos, ir para campo e mostrar trabalho e resultado para continuar vivo na competição.








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