Vitórias em clássicos sempre levantam os times que saem vencedores – e o Corinthians comprovava isso 30 anos atrás. O clube alvinegro vinha de um começo difícil no Campeonato Brasileiro de 1990, mas esqueceu tudo isso ao entrar em campo para enfrentar o rival. Diferente no Derby desde sempre, saiu vencedor e pôs fim ao princípio de crise daquele momento.



Na ocasião, o Timão havia ficado muito ficar perto de ir à final do Campeonato Paulista de 1990. O time liderou a primeira e segunda fases em seu grupo, mas terminou a terceira fase a dois pontos da liderança, o que não lhe rendeu a vaga na decisão. E três dias depois da última rodada da segunda fase do Estadual, começou a campanha no Nacional com uma derrota diante do Grêmio, fora de casa.

Nos dois jogos seguintes, mais uma derrota, contra o Cruzeiro em casa, e um empate, diante do Vitória na Bahia, faziam o time precisar redobrar a atenção naquele momento. Zé Maria – o que foi técnico, não o ex-lateral-direito e um dos maiores ídolos da história corinthiana – fazia ali o seu último jogo, e não conseguia ajudar a mudar a situação alvinegra dentro de campo.

O Corinthians, então, foi ousado. Decidiu contratar Nelsinho Baptista, que havia sido vice-campeão Paulista com o Novorizontino semanas antes. Assim, ele teve pela frente na sua estreia apenas o clássico diante do maior rival, o Palmeiras.

No dia 9 de setembro de 1990, Nelsinho deu seu primeiro passo no Timão com coragem. Escalou uma equipe bastante ofensiva, com apenas um volante. Seu 11 inicial foi: Ronaldo; Giba, Marcelo Djian, Guinei e Jacenir; Wilson Mano, Tupãzinho e Neto; Fabinho, Antonio Carlos e Paulo Sérgio – este havia acabado de retornar ao clube após, assim como seu treinador, defender o Novorizontino por empréstimo.

Dentro de campo, o Timão foi superior na tarde daquele domingo no Morumbi. O time foi para cima do adversário e, em cobrança de falta perfeita de Neto, abriu o placar logo aos sete minutos. Em seguida, Wilson Mano ampliou aos 18, ainda no primeiro tempo. A superioridade alvinegra foi tanta que o camisa 10 ainda perdeu um pênalti aos 38 do segundo tempo, logo após o adversário marcar seu gol. E o resultado não seria alterado até o final da partida.

A vitória no clássico foi um divisor de águas naquele torneio. A partir dali o time iniciaria uma sequência de quatro vitórias e um empate que o levantaria na tabela, fazendo sair das últimas posições.



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