21/3/2020 13:01

Para sair da sombra de 12 anos, Corinthians vai precisar de muito mais do que 12 jogos

Mudança de identidade precisa da convicção dos chefes e de uma melhor compreensão de comissão técnica e jogadores

Para sair da sombra de 12 anos, Corinthians vai precisar de muito mais do que 12 jogos
Foto: Daniel Augusto Jr / Ag.Corinthians


Os repórteres André Hernan e Bruno Cassucci noticiam neste GloboEsporte.com que a diretoria do Corinthians cogita trocar Tiago Nunes por Mano Menezes durante a paralisação do futebol por causa do novo coronavírus. Se acontecer, será um ato de fraqueza.



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Não houve clube mais bem-sucedido no país, em conquistas, do que o Corinthians na última década. A frequente instabilidade política não atingiu a identidade criada no time de futebol. Juntos, Mano Menezes, Tite e Fábio Carille ocuparam o cargo de técnico por 11 anos. Cada um com suas características, mas dentro de metodologias semelhantes.

O marco-zero das equipes montadas nesse período era um sistema que fortalecesse a proteção defensiva, um time onde até o protagonista – e notem, depois de Ronaldo, não houve um grande craque – colaborasse e entendesse que sua participação coletiva iria se sobrepor a qualquer destaque individual.

A partir desse núcleo duro, algumas versões se desenvolveram melhor, a ponto de praticarem um jogo vistoso e copiado, como o Corinthians campeão brasileiro de 2015, e outras não triunfaram. Em 2019, quando a prática da identidade já havia se tornado ladainha, e embalados pelo êxito do Flamengo, os dirigentes entenderam ser a hora da mudança e escolheram Tiago Nunes.

Pois bem. Aqui se inicia 2020.

Os bloquinhos carnavalescos mal haviam aquecido os tamborins e Tiago Nunes era tratado como gênio da raça – temos culpa! – por duas ou três boas atuações. Boas, nada além disso.

Enxergou-se frescor num Corinthians de belos gols, imposição e atuações individuais palpitantes contra adversários muito, muito frágeis. Precocemente, estabeleceu-se um sarrafo de qualidade que o time se mostrou incapaz de alcançar. Pior: regrediu nesses curtíssimos quase três meses de atividade.
Não se muda 12 anos em 12 jogos. Não se muda nada sem convicção. E nem se pode usar termos definitivos para um ciclo tão curto, forçadamente interrompido. Ainda é início de trabalho. Evoluções ou retrocessos não completaram sua curva. Por que no Flamengo foi tão rápido? Porque trata-se de uma aglomeração de talentos muito distante do que se vê em qualquer adversário no país.

A compreensão do Corinthians que se deseja ver em campo ainda não é clara nem para o treinador. É possível que em dezembro chegue-se à conclusão de que Tiago Nunes não deu conta do recado, não era a melhor alternativa para a mudança necessária. Em março, é impossível.

Chamou atenção no Athletico de Nunes a intensidade capaz de melhorar o desempenho de jogadores pouco cobiçados. Tudo era feito numa rotação muito alta. As primeiras rodadas de 2020 indicavam que isso seria repetido no Corinthians sem tanta dificuldade. Não aconteceu.

O ritmo baixou. Os times de Tiago Nunes buscam ocupar espaços mais rapidamente que os adversários para progredir em movimentação intensa, sem recursos como a ligação direta. Sem velocidade é inviável. A lesão de Ramiro prejudicou bastante. Ele era um meio-campista que flutuava do lado para o centro, e esse movimento encontrava Luan, a contratação mais técnica do time para 2020. Entrosados desde o Grêmio, ambos se retroalimentavam.

O Timão passou a jogar com dois atacantes nas pontas, de repertório curto, sem jogo apoiado, e as bolas para Luan começaram a vir muito de trás, dos volantes, com ele recebendo de costas, sem espaço. Esse sempre foi um problema do seu jogo, tanto que a seleção brasileira e o futebol europeu deram pouca atenção a quem foi considerado rei da América em 2017.

O Corinthians de antes da paralisação foi um time desconectado, sem links, apesar de boas atuações do colombiano Cantillo. Com exceção de Ramiro e Luan, e uma ou outra associação com Boselli, o coletivo não evoluiu. Algumas escalações e substituições também foram contestáveis. Em seu antigo clube, Tiago Nunes tinha no estadual uma fonte de matéria-prima para os campeonatos mais importantes. Agora, somado à eliminação na Libertadores, é verdade, convive com a pressão de estar muito longe do tetracampeonato. São cenários bem diferentes.

A demissão de um técnico costuma ser um “me engana que eu gosto”, uma solução primitiva dentro de uma relação profissional. A direção alvinegra deve esperar que Tiago Nunes melhore os jogadores. Todos devem ser transparentes diante das necessidades e expectativas. E se houver incompatibilidade de ações e regras, que resolvam de forma madura.




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