O dia 06 de março é bastante especial para o Corinthians. Não se trata de um título, mas de um jogo que entrou para a história do clube do Parque São Jorge. Nesta mesma data, em 1968, o Timão quebrou um tabu de 11 anos sem derrotar o Santos em partidas pelo Campeonato Paulista. Paulo Borges e Flavio ficarão marcados para sempre por terem dado um ponto final ao jejum.

Tudo começou em 1957, quando o Corinthians venceu o Santos por 2 a 1, em Torneio de Classificação/Campeonato Paulista, com gols de Luizinho (2). Pouco mais tarde no mesmo ano, os dois alvinegros disputaram uma partida que valeu a Taça dos Invictos em definitivo para o Timão, após empate por 3 a 3.

Até a quebra do tabu, a Fiel presenciou momentos importantes como a chegada de Rivellino, o Reizinho do Parque, em 1965, e a criação do apelido “Timão” pela imprensa paulistana em 1966, quando Ditão, Nair e Garrincha chegaram ao clube. Porém, em 1968 é que viria a redenção no clássico com o alvinegro praiano.

A noite de 06 de março de 1968 no estádio do Pacaembu foi inesquecível. Paulo Borges e Flavio são lembrados até hoje pelos gols marcados. Mas também houve outros personagens, como o zagueiro Luis Carlos, que foi um marcador implacável de Pelé, e Rivellino, que chutou bola na trave e deu a assistência do segundo gol.

Depois dos gols, o Santos pressionou ao máximo para manter o tabu. Tiveram até duas bolas na trave. Mas a noite era do Corinthians, era do fim do jejum. Por mais que tenha sido apenas uma vitória, valeu como título. Ao ponto de a Fiel invadir o campo e carregar os jogadores como verdadeiros herois, com um coro: “Com Pelé, com Edu, nós quebramos o tabu!”.

Em depoimento, Paulo Borges contou detalhes da histórica noite. "Foi a melhor partida da minha vida. Nossa festa foi até de manhã e eu fiquei vendo o teipe do jogo lá no Parque”

Habitualmente propagada, a versão de que o Corinthians passou 11 anos sem vitórias sobre o rival, além das partidas válidas pelo Paulistão, não é verídica. Em meio aos 11 anos, o Timão venceu a equipe da Baixada Santista em quatro oportunidades. Em 1958 e 1960, pelo Torneio Rio-São Paulo, o time do Parque São Jorge superou o Santos pelo mesmo placar de 2 a 1, bem como em 1961, por 2 a 0, e 1962, por 3 a 1, em duelo válido pela Taça São Paulo/Torneio Nacional.