Os dirigentes do Brusque, adversário do Corinthians nesta quarta-feira pela Copa do Brasil, decidiram mandar a partida no estádio Augusto Bauer, que tem capacidade para cinco mil pessoas. Eles colocaram à venda quatro mil ingressos e, como o adversário tem apelo popular, aumentaram o preço em até cinco vezes.

Todas as entradas foram vendidas. O Brusque cobrou R$ 100 (geral), 150 (coberta) e 200 reais (cadeiras). Normalmente, nos jogos do Campeonato Catarinense, o valor é bem menor: R$ 20, 40 e 60. No jogo contra o Remo, na fase anterior da Copa do Brasil, os torcedores tiveram que pagar R$ 30, 50 ou 80.

O aumento e a venda esgotada vão render algo em torno de R$ 350 mil. Mesmo assim, é um terço do que o clube poderia arrecadar se levasse o jogo para outras cidades, como Londrina.

"Recebemos ofertas de até um milhão de reais para levar a partida a um estádio maior. "Já tínhamos recebido proposta antes mesmo de eliminarmos o Remo, mas decidimos jogar no Bauer", disse o diretor de futebol André Rezini.

A decisão de jogar em Brusque foi tomada pelo presidente Danilo Rezini, pai de André. Os motivos: "Tirar o time daqui seria o mesmo que dizer aos jogadores que não acreditamos numa vitória. Além disso, a motivação de ter maioria da torcida é muito maior", disse o filho dirigente.

O estádio nem pertence ao Brusque. Ele é alugado pelo Carlos Renaux, um time fundado há 103 anos e que abandonou o futebol profissional, mantendo apenas as divisões de base. "Nós pagamos de quatro a cinco mil reais por partida de aluguel. Além disso tem o custo dos vestiários", falou André.

Nesta terça, o time do técnico Pingo, que tem dois ex-corintianos no elenco (Boquita e Carlos Alberto), vai treinar no CT Rolf Erbe. "Decidimos deixar o estádio para o Corinthians treinar às 19h30. Assim o gramado não sofre tanto", explicou o diretor de futebol.

A cidade se mobilizou para adquirir os ingressos. Os dirigentes tornaram públicas as ofertas feitas por empresários para levar o jogo Brusque x Corinthians a outras praças. O cuidado em preservar o relacionamento com a comunidade brusquense chegou até aos patrocínios de ocasiões. "As ofertas para anunciar na nossa camisa não foram tão grandes e a gente preferiu prestigiar os nossos patrocinadores", afirmou André