A heroica vitória sobre o Palmeiras, na quarta-feira, deu ao técnico Fábio Carille a tranquilidade necessária para continuar o processo de reconstrução do Corinthians. A meta agora é fazer o ataque funcionar melhor. Se os resultados agradam, o desempenho ofensivo deixa a desejar. Das sete vitórias do Timão no ano, seis foram por 1 a 0.
O primeiro desafio após o Dérbi acontece neste sábado, às 19h30 (de Brasília), contra o Mirassol. No interior, o Timão encara o único invicto da competição estadual.

O único triunfo alvinegro acima do placar mínimo aconteceu justamente na estreia em 2017, em uma partida não-oficial. A equipe goleou o Vasco por 4 a 1, pelo Torneio da Flórida, e surpreendeu pelo volume de jogo e pelo número de oportunidades criadas – Camacho, Marlone, Kazim e Marquinhos Gabriel marcaram naquela ocasião.

Mas parou por aí. Nas oito partidas seguintes, o Timão fez apenas seis gols, em seis vitórias por 1 a 0. A defesa, ponto forte da equipe neste momento, se comportou muito bem, mas o setor ofensivo ainda está em débito. Não por acaso, o Corinthians tem o terceiro pior ataque do Paulista, com quatro gols (um de pênalti) – acima apenas de Ituano e São Bento, com três.
– Precisamos ser mais decisivos, achar o melhor passe e fazer as melhores escolhas para marcarmos – disse Carille.

Os placares apertados, aliás, também eram um problema durante a passagem de Tite, mentor profissional do atual técnico corintiano. Um terço das vitórias obtidas por ele durante o período no Corinthians foram pelo placar mínimo.

Apesar disso, o Corinthians vem obtendo bons resultados. Em nove partidas na temporada, foram sete vitórias, um empate e apenas uma derrota, aproveitamento de 81,48% dos pontos em disputa. O time tem a segunda melhor campanha do estadual, com 12 pontos, e lidera com folga o Grupo A, com quatro de vantagem para o Ituano.

Para enfrentar o Mirassol, líder na classificação, Carille ainda não confirmou a escalação, mas ensaiou uma novidade na sexta-feira. Antes concorrentes pela vaga de centroavante, Kazim e Jô podem atuar juntos, agora com o esquema 4-4-2. Com eles em campo, o Timão ganha, na teoria, mais presença na área e, claro, fica com um poder maior nas finalizações.

Os atacantes precisam de bons desempenhos neste início de ano para provarem à diretoria que podem ser decisivos. Depois das fracassadas negociações com Drogba e Pottker, os dirigentes querem aguardar o rendimento deles antes de decidir se partem em busca de um outro centroavante para disputar o Brasileirão.

Nos dois últimos jogos, funcionou. Kazim marcou o gol da vitória sobre o Audax, enquanto Jô resolveu o clássico contra o Palmeiras. Vencer por 1 a 0 vale (e muito), mas a Fiel e Carille ainda esperam mais.