17/2/2017 17:35

Drogba, contas, títulos e... Crefisa? Roberto fala sobre o futebol do Timão

Presidente condiciona permanência de Carille aos resultados, diz que Corinthians brigará por títulos e admite que gostaria de ter o cheque da patrocinadora do rival

Drogba, contas, títulos e... Crefisa? Roberto fala sobre o futebol do Timão
Em meio à disputa política para se manter no cargo de presidente, Roberto de Andrade tem outro desafio ainda mais complicado no Corinthians: o futebol profissional.

Depois de resultados ruins em 2016, o Timão começa a nova temporada pressionado a dar uma resposta à torcida, mas com um investimento em reforços bem menor do que alguns rivais. Para o dirigente, o dinheiro não fará a diferença.

– O Corinthians briga por tudo o que jogar. Qual time você enxerga que é fora de série? Esqueça o dinheiro. Aqui já aconteceu. Tínhamos um elenco de medalhões e não ganhamos nada. Você já viu isso no Santos, no Flamengo, em diversos times. O dinheiro não está associado ao resultado. O Flamengo tem um timaço, mas vamos ver dentro de campo. É um timaço na folha de pagamento. Vamos ver se isso vai se tornar título – afirmou o mandatário corintiano, ainda cético.

Nesta segunda parte da entrevista ao GloboEsporte.com (a terceira parte, sobre a Arena, será publicada na segunda-feira, dia 20 de fevereiro), Roberto de Andrade explica a negociação com Didier Drogba e acha difícil que surja nos próximos meses outra oportunidade de contratar um jogador renomado.

Além disso, diz que os resultados vão determinar o futuro do técnico Fábio Carille e admite que o Timão trabalhará no limite financeiro para manter as contas em dia. Condição que o faz pensar em como seria ter um patrocinador injetando tanto dinheiro nos cofres do clube.

– Gostaria de ter o cheque que a Crefisa faz – afirmou.

GloboEsporte.com: O senhor está satisfeito com o time neste início de temporada?
Roberto de Andrade: Não dá para exigir muito agora. Eu acho que para o começo de uma temporada, com quatro ou cinco peças novas, o time está indo bem. Estamos corrigindo as coisas com vitórias. Isso é importante.

Qual é a maior carência do elenco?
Todo time tem carência. Não somos diferentes. Mas acredito que faremos um campeonato muito melhor do que fizemos (no ano passado).

Está gostando do trabalho do Fábio Carille?
Ele é um excelente treinador, é bem relacionado com o grupo, o que é de fundamental importância. Estamos no caminho certo.


Fábio Carille tem a missão de reerguer o Timão em 2017; presidente dá apoio (Foto: Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians)


No ano passado, o senhor garantiu que o Carille ficaria até o fim do ano e em seguida contratou Oswaldo de Oliveira. Em dezembro, disse também que o Carille não era o nome para assumir a vaga e o efetivou logo em seguida...

O que eu falo não significa que tenho de levar para o fim da vida. Por que eu falei que ele tinha de ficar até dezembro ele vai ficar? Se perder 200 jogos tem de ficar? A ideia era essa, mas no meio do caminho achamos que tínhamos de mudar. As decisões não são isoladas minhas. Eu não sou o dono da verdade. A gente conversa com todo mundo. Estamos em busca do melhor para o Corinthians. Não é me satisfazer pessoalmente. Todas as atitudes que tomamos foram em comum acordo com todo mundo.

Agora dá para garantir o Carille até o fim do ano?
Não dá para garantir ninguém. E não estou falando isso porque ele vai embora amanhã. É uma prática comum. Você pode garantir que vai ficar na Globo mais 30 anos? Estamos muito contentes com ele e espero que fique.

Uma hora essa conta vai chegar (para o Palmeiras), como chegou para o Corinthians. Não existe milagre no futebol. A conta do Corinthians, quando fomos campeões de tudo, também chegou. Você não mantém um elenco campeão sem que numa renovação os atletas exijam aumento. Você faz a folha ficar enorme e depois tem uma queda. Se vai acontecer, não tenho bola de cristal, mas já vimos em diversos clubes


Foi um erro contratar Oswaldo de Oliveira?
Não sei se posso dizer que foi um erro. Ele é uma pessoa formidável, mas no futebol você precisa de resultados. Estávamos em um momento muito carente de resultados. Esses resultados não apareceram e então achamos melhor fazer a substituição. Fiquei chateado tanto quanto ou mais do que ele. Tenho um apreço muito grande por ele e pelo trabalho dele. Não nos falamos mais, mas deixa as coisas se acalmarem.

Sempre tive um bom relac
ionamento com o Oswaldo e garanto que não é isso que vai estragar.
Corinthians precisa vender jogadores para manter a folha salarial em dia?
Não é precisar. A venda é uma coisa comum. Como normalmente se vende alguns atletas, você coloca isso na previsão orçamentária. Pode ser que não venda também.

Mas recentemente o clube atrasou o pagamento dos jogadores por alguns dias...

O salário pagamos no dia. O que pagamos depois, e já estava acordado, foram as férias. Isso estava acordado desde que os jogadores saíram de férias. Por causa do nosso fluxo de caixa, tínhamos uma previsão, colocamos uma data e cumprimos.

Essa dificuldade com o fluxo de caixa vai continuar até o fim do seu mandato?
A dificuldade sempre tivemos. Espero que a gente consiga que as receitas melhorem. Por isso estamos trabalhando. Qual o clube que não passa por dificuldades? Temos dificuldades e vamos passar por cima. Vamos sempre trabalhar no limite.

O senhor gastou mais do que imaginava para reforçar o time?
O futebol não é uma conta exata. Trouxemos um time que não rendeu o esperado. Tivemos de repor algumas peças ou somar outras. Você acaba elevando o gasto um pouco acima do que pretendia. Futebol sempre foi essa conta e sempre será, não tem como.



Guilherme é o camisa 10, mas tem tido pouco espaço (Foto: Daniel Augusto Jr./Ag. Corinthians)


O Corinthians investiu bastante em Giovanni Augusto, Marquinhos Gabriel e Guilherme, mas até agora nenhum deles rendeu o esperado. Eles são uma decepção?
Você traz um jogador pelo histórico do que fez. Se não encaixaram não quer dizer que não encaixarão. Temos grandes exemplos que todo mundo chora no Corinthians porque foram embora. Renato Augusto demorou um ano e meio para jogar. O Jadson teve jogo que nem no banco ficava. Estamos dentro do prazo de todo mundo. O treinador vai encontrar a melhor forma de jogar. Acho que ainda teremos muitas alegrias.

Corinthians briga pelo que em 2017?
O Corinthians briga por tudo o que jogar. Qual time você enxerga que é fora de série? Esqueça o dinheiro. Aqui já aconteceu. Tínhamos um elenco de medalhões e não ganhamos nada. Você já viu isso no Santos, no Flamengo, em diversos times. O dinheiro não está associado ao resultado. O Flamengo tem um timaço, mas vamos ver dentro de campo. É um timaço na folha de pagamento. Vamos ver se isso vai se tornar título.

O Palmeiras também investiu pesado...
Uma hora essa conta vai chegar, como chegou para o Corinthians. Não existe milagre no futebol. A conta do Corinthians, quando fomos campeões de tudo, também chegou. Você não mantém um elenco campeão sem que numa renovação os atletas exijam aumento. Você faz a folha ficar enorme e depois tem uma queda. Se vai acontecer, não tenho bola de cristal, mas já vimos em diversos clubes.

O senhor gostaria de ter uma Crefisa no Corinthians?
Talvez, não a Crefisa. Gostaria de ter o cheque que a Crefisa faz.
Quando o senhor entrou na negociação para contratar Didier Drogba?
Entrei quando ele queria falar comigo. Até então, o contato havia sido feito com representantes do atleta. Pelo que me consta, tem dois ou três. Falei com ele três vezes por telefone. Foi uma conversa muito boa, uma pessoa muito educada e simpática. Ele ficou de pensar, seria um projeto diferente do que pensava, mexe com toda a família, óbvio. Ele tem uma fundação na Costa do Marfim e teria de se ausentar. Enfim, ele optou por achar que não era isso que ele e a família desejavam.


Drogba e Corinthians: uma negociação cheia de divergências na diretoria do clube (Foto: EFE/EPA/WILL OLIVER)


O que tem de mentira nessa história?
Todo o resto que você escuta falar, de não sei quem foi para a Inglaterra, isso nunca existiu. Ninguém nunca saiu daqui. O que gastamos foram três telefonemas, um que eu liguei e dois que recebi. As pessoas gostam de fazer esse estardalhaço. Se eu começar a falar aqui quantos jogadores me ligam e se oferecem... Eu nunca expus ninguém, acho ridículo. O que tem errado em tentar trazer um jogador? Não tem ninguém bobo aqui, ninguém é tonto. Ninguém deu “passa, moleque” em ninguém. Quer vir trabalhar aqui? Não quer? Até logo.
Mas o Gustavo Herbetta (ex-superintendente de marketing) disse que estava em Londres...

Ele nunca disse isso.
Disse para muita gente...
Se disse, foi por conta dele. Daqui ninguém saiu.

A briga entre marketing e futebol atrapalhou? Flávio Adauto sempre se mostrou contrário à negociação.
Não condeno, era a ideia dele. Não enxergo todo esse estardalhaço. Sabe com quantos jogadores conversei para trazer e que não deu certo? Um monte. Não vou falar nomes porque não gosto. Você acha que o Drogba é o primeiro? Isso é comum. É a coisa mais comum do mundo.

A nota oficial pelo fim da negociação, o “Valeu, Drogba”, virou piada entre os torcedores rivais e irritou a torcida. Quem teve a ideia daquele agradecimento?

Foi o pessoal do marketing, um agradecimento pela predisposição dele de conversar. Ele não tinha obrigação nenhuma de se colocar ao telefone, de ligar novamente para responder. Ele poderia dar uma declaração na Europa dizendo que a gente estava louco. Eu e eles (marketing) achávamos que poderíamos fazer um agradecimento. Na vida, aquilo que não vira negócio você pode ganhar um amigo, um fã, um torcedor... Por que não?

Sem Drogba e Pottker, o Corinthians vai contratar outro atacante?
Agora temos de esperar passar o Campeonato Paulista. Você observa alguns jogadores, alguns se sobressaem, podemos criar interesse. Acontece quase todo ano. Vamos aguardar e quem sabe não enxergamos um ótimo jogador para trazer.


Roberto de Andrade e Flávio Adauto: diretoria sob pressão no futebol (Foto: Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians)



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39186 visitas - Fonte: Globo Esporte

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Como o torcedor do corinthians recebe essa entrevista desse picareta???Com alegria que não é, toda nação corithiana tem que se unir nesse momento difícil da história gloriosa desse time e pro testarmos em estádios redes sociais e outras formas pra que derrubamos esse palhaço antes que seja tarde de mais e não vemos o corinthians na segunda divisão em 2018.

Me dá até nojo esse projeto de presidente falando, falou que o Porqueras tem uma folha salarial alta e que um dia a conta chega e o corinthians a folha salarial tbm é alta e pela qualidade desse elencoé alta demais e acho que nem os jogadores que saíram naquele desmanche ganhavam tanto qto essas tiriças!!!

Já pensaram esse clube com esse estádio nas mãos de Vicente Mateus.Iamos virar um Barcelona.
O problema é o dirigente que tem estudo e é incapaz.

uma piada.. está diretoria.. só rindo.. manda este povo embora.

Não tem mais moral para fazer nenhuma declaração, vai esperar o time ser mais humilhado com esse futebolzinho de merda para trocar o técnico, vai ser piada enfrentar o Palmeiras, Santos e São Paulo com o Carille.

ele tá roubando o dinheiro tudo esse Roberto Andrade e muito safado

só fala asneiras . imagina se sem dinheiro .

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