A Conmebol precisaria investir mais para levar a uma evolução da arbitragem da Libertadores. O diagnóstico é de um dos membros da comissão de arbitragem da confederação sul-americana, Wilson Seneme. Ele conversou sobre o tema com o blog há dez dias, durante os seminários da CBF.

Neste sábado, a Conmebol anunciou a escala de arbitragem para as quartas-de-final. Entre os escolhidos, estão Wilmar Roldan, que já teve problemas com o São Paulo, e os dois brasileiros Sandro Meira Ricci e Heber Roberto Lopes, ambos são bastante questionados dentro do Brasil.

Após o seminário na CBF, Seneme explicou que foi pequena a evolução na arbitragem da confederação após os escândalos que atingiram a entidade. O novo presidente da Conmebol, Alejandro Dominguez, manteve Carlos Alárcon como presidente da comissão de arbitragem, e pediu que o trabalho fosse mantido igual.

“No início, ele disse para continuar o que estava sendo feito. Sabemos que o dirigente quando chega tem que ter cautela nas mudanças'', explicou Seneme. Sua visão é de que há necessidade de investir na arbitragem sul-americana para esta melhorar.

“Levei para o presidente todo um projeto de desenvolvimento para a arbitragem. Ele ficou de estudar'', contou Seneme. “O que falta? Escolas de desenvolvimento dos árbitros, aproximação com a UEFA, mais cursos.''

Segundo o ex-árbitro nacional, países como Argentina e Brasil têm investimento em cursos e escolas de arbitragem. O país vizinho prepara uma profissionalização de parte dos seus juízes, enquanto a CBF reclama do projeto ser caro. De qualquer maneira, o quadro visto em outros países é bem pior.

Seneme vê alguns pontos positivos. Disse que, nas primeiras fases, houve maior variedade de árbitros nas escalas, evitando-se as repetições de nomes que ocorriam anteriormente. Foram 30 árbitros nos 38 primeiros jogos, informou. E também não vê mais suspeitas sobre a arbitragem. Para ele, o problema é técnico.

No jogo entre São Paulo e Toluca, o árbitro Wilson Lamoroux, da Colômbia, marcou fora da área um pênalti sofrido por Centurión. Na partida entre Corinthians e Nacional, o juiz Nestor Pitana não cometeu erros que interferissem no placar, mas se mostrou confuso durante a partida.