6/4/2016 07:48
Após finalmente estrear na Europa, ex-joia do Corinthians diz: 'Deveria ter mais paciência'
GAZETA PRESS
Já faz um ano que o jovem meia-atacante Matheus Henrique Cassini de Paula "encheu os olhos" do torcedor do Corinthians ao brilhar na Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2015, quando o time se sagrou eneacampeão da principal competição de base do Brasil.
A grande esperança desse mesmo torcedor corintiano era que o garoto, então com 19 anos de idade, pudesse integrar, jogar e brilhar também na equipe principal treinada pelo técnico Tite, mas ela não se concretizou.
Pouco tempo depois e após não receber oportunidades, Cassini viu o clube receber uma proposta do Palermo-ITA, de apenas R$ 5 milhões, dos quais R$ 3,5 milhões ficaram nos cofres alvinegros. O baixo valor pelo qual foi vendido para o time rosanero irritou parte da torcida, que viu uma de suas joias saírem precocemente rumo à Europa.
Um ano depois, Cassini joga por empréstimo de quatro meses pelo Inter Zapresic-CRO, time de uma pequena cidade próxima à capital Zagreb. Pela equipe croata, o meia pode, finalmente, estrear profissionalmente, quando entrou no segundo tempo da vitória sobre o NK Lokomotiva por 2 a 1.
"Aqui é um lugar bem tranquilo de se trabalhar. Me receberam super bem, estreei como profissional, fiz minha quarta partida e estou treinando forte. É um dos lugares mais fáceis de se adaptar. A comunicação é difícil, mas a maioria fala inglês aqui e estou aprendendo, fazendo aulas. O pessoal aqui te ajuda em tudo, o treinador também, então me senti muito bem", contou o jovem nascido na capital paulista, em entrevista exclusiva ao ESPN.com.br.
À época de sua transferência, muito noticiou-se sobre um suposto aumento ofertado à joia pelo Corinthians, em que ele chegaria a receber R$ 80 mil por mês caso aceitasse permanecer. O jogador, entretanto, desementiu que a proposta estivesse em sua mesa.
"Quando surgiram os rumores que eu iria embora, falavam muitas coisas e cheguei a ver matérias mentirosas, falsas. Para mim, não chegou nada de contrato, ninguém chegou com contrato que iria ganhar mais dinheiro no Brasil. Se chegou, foi pro meu procurador, não para mim, não me falaram nada", garantiu.
Acompanhado da namorada no país, o jogador não se esquece dos tempos de Corinthians. Cassini afirma não ter mágoas do clube que o revelou e diz que o certo, de fato, era ser paciente antes de finalmente poder estrear.
"A gente sempre espera uma chance, né. Para ser sincero, na época em que eu sai do Corinthians, eu ficava me perguntando se devia ter uma chance. Mas, pensando bem, vendo tudo que acontece no futebol, eu aprendi e vi que deveria ter um pouco mais de paciência de chegar minha oportunidade, não que eu deveria ter a oportunidade. Ela viria adquirindo experiência e eu era muito novo", analisou.
Suspenso daquela finalíssima da Copa São Paulo de 2015, quando o time do Parque São Jorge bateu o Botafogo-SP no Pacaembu, Matheus Cassini viu Maycon, seu companheiro de time, marcar o único gol da vitória corintiana e começar a receber suas próprias oportunidades - caso também de Guilherme Arana, que foi lateral-esquerdo titular na conquista.
"Os campeonatos das categorias de base servem para você realmente entrar no mundo do futebol e, às vezes, o menino acha que vai fazer uma boa Copa São Paulo e vai vingar. Mas agora tá acontecendo com o Maycon, que já na minha Copinha tinha ido bem e tá tendo as oportunidades dele. Isso vai de cada jogador: esperar para aproveitar seu momento ou até ser emprestado. Cada um tem sua história", disse.
Ainda sobre seu clube do coração, a joia do "Terrão" até admite se arrepender de ter saído do Corinthians, mas afirma que a chance de atuar no futebol europeu não era uma daquelas de se jogar fora.
"Tudo na nossa vida tem um motivo para acontecer, nada é por acaso, independentemente de ser titular ou não... se eu não estivesse no Palermo, não teria aprendido um monte de coisas. Aqui na Croácia sou o homem da casa, moro com minha namorada, ajudo minha mãe, meu pai, aprendi outra cultura, outra língua. Não sei se em algum dia vou ter a oportunidade de vestir a camisa do Corinthians de novo, mas confio muito em Deus. Um dia você está aqui, outro dia você está ali", ambicionou.
E para aprender "um monte de coisas" no Palermo, como o próprio diz, ele teve um professor de respeito, que esteve no grupo da Itália tetracampeã Mundial em 2006.
"Sou um cara até um pouco chato, minha namorada fala que eu vejo muito vídeo. Ai fico vendo vídeo do Messi, do Cristiano Ronaldo, do Neymar.. mas tive o privilégio de treinar com o Gilardino e aprendi muito com ele. Domínio, finalização...", contou, orgulhoso.
Deu 'fora' com colega adotado
Muito brincalhão com seus colegas da época do Corinthians, Cassini, no entanto, já deu um "fora" daqueles após uma excursão para a China com a equipe sub-20.
Na volta ao Brasil, os atletas foram recepcionados pelos pais no aeroporto internacional de Guarulhos, em São Paulo. Mas um comentário bem-humorado para um dos amigos não pegou lá muito bem...
"Fui dar 'tchau' para um meu amigo e não sabia que ele era adotado. Fui fazer uma brincadeira, mas na boa: 'caramba, você é a cara do seu pai, hein!'. Aí ele deu aquela risada meio sem graça, o pai e a mãe também...', lembrou.
"O moleque ficou sem falar comigo por uma semana, e eu nem sabia por que, fiquei sabendo depois só (risos), quando o goleiro do time chegou pra mim depois e disse: 'cara, ele é adotado'. Na hora eu falei 'puta, mano, que fora!' (risos). Pedi desculpa depois para ele, falei que não sabia. Sempre acontecia essas coisas comigo, era inevitável. No sub-20 eu sempre dava uns foras (risos)", completou.
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