23/3/2016 11:11

Auditoria e arena inacabada: Timão e Odebrecht estão em rota de colisão

Desde o anúncio do estádio, em 2010, clube e construtora passam por dificuldades financeiras e acidentes. Nesta terça, estádio entrou na mira da Operação Lava Jato

Auditoria e arena inacabada: Timão e Odebrecht estão em rota de colisão
Arena Corinthians está sob investigação na operação Lava Jato (Foto: Marcos Ribolli)

O sonho de décadas se tornou realidade em menos de quatro anos. Este foi o período entre a aprovação da Arena Corinthians como estádio de abertura da Copa do Mundo, em agosto de 2010, e sua inauguração, em maio de 2014. Entre as duas datas, polêmicas, acidentes e um desencontro financeiro marcaram a construção da desejada casa alvinegra. A construtora Odebrecht deixou o estádio com R$ 200 milhões em obras inacabadas, de acordo com cálculos do clube. Agora, encara investigação da Polícia Federal sobre esquema de lavagem de dinheiro e propinas a dirigentes do Timão.

Uma auditoria contratada pelo Corinthians será responsável por quantificar as obras que ficaram para trás. A prévia, porém, mostra que a obra não foi concluída em outubro passado, como diz a Odebrecht. O clube diz que há muito a ser feito de arquitetura externa e interna, trabalhada de maneira diferente do que foi acordado em contrato. Um painel externo de LED, danificado por acidente, também não foi consertado até hoje.

A empresa de auditoria está em fase final de contratação. Em nota, o clube diz, inclusive, que ainda não assinou o Certificado de Aceitação Final da Obra. Justamente porque considera que o trabalho ficou longe de ser concluído pela construtora.

Rivalidade com São Paulo impulsionou a Arena

Para entender a história da Arena Corinthians, é preciso voltar ao auge da rivalidade entre Corinthians e São Paulo, por meio dos presidentes Andrés Sanchez e Juvenal Juvêncio (morto ano passado).Os dois trocavam farpas constantes às vésperas da Copa, em atrito que começou com polêmica sobre divisão de ingressos para clássicos no Morumbi (Andrés reclamava que o espaço destinado a corintianos era insuficiente).

O estádio são-paulino era a primeira opção da capital paulista para a Copa, mas Andrés convenceu o ex-presidente Lula, de quem é amigo de longa data, de que um estádio em Itaquera seria a melhor alternativa. Ele convenceu Lula e tirou o rival da disputa pela Copa do Mundo.

O ex-presidente deu apoio irrestrito à construção da arena. A Odebrecht foi escolhida para tocar a obra. Valor inicial: cerca de R$ 820 milhões, para um estádio de 48 mil lugares. Um fundo imobiliário foi criado para captar recursos e separar, oficialmente, arena e Corinthians. Depois de um aditivo, o valor passou a ser de R$ 985 milhões.

A partir daí, o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) pôde realizar um empréstimo de R$ 400 milhões para a obra. Os outros R$ 420 milhões viriam dos CIDs (Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento) – títulos emitidos pela Prefeitura de São Paulo que dá incentivos fiscais às empresas que os comprarem. As estruturas provisórias construídas apenas para a Copa e os juros dos empréstimos, porém, fariam o valor ultrapassar R$ 1,2 bilhão.

A construção da arena também foi controversa por causa de dois acidentes fatais. O primeiro deles, em novembro de 2013, foi causado pela queda de um guindaste que tentava içar a última das oito peças que montavam os arcos superiores do estádio. Dois operários morreram, e parte do setor Leste teve as obras paralisadas.


Jennifer Lopez e Pitbull participam da abertura da Copa do Mundo de 2014 (Foto: Reuters)

Em março de 2014, um operário caiu de uma altura de 15 metros durante a instalação de arquibancadas provisórias no estádio. A investigação apontou negligência da vítima, que não usou os cabos de segurança necessários para trabalhar em alturas elevadas. Mesmo assim, a arena ficou novamente marcada.

Depois das obras e da inauguração do estádio, o desafio passou a ser o pagamento. Desde o ano passado, o fundo responsável pela arena paga parcelas mensais de R$ 5 milhões ao BNDES. Os CIDs, porém, continuam parados, e os naming rights, tidos como principal fonte de receita, podem demorar ainda mais a sair depois que a Operação Lava Jato colocou a Arena Corinthians como alvo em suas investigações. A ideia do clube é busca um acordo de R$ 400 milhões por 20 anos.


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