8/3/2016 09:33

Campeão da Liberta, Rosinei está à procura de trabalho e mira Zé Roberto

Aos 32 anos, meia volta para casa após não receber salário no Coritiba. Ex-Corinthians e Atlético-MG, ele lamenta crise no futebol brasileiro e não descarta China

Campeão da Liberta, Rosinei está à procura de trabalho e mira Zé Roberto
Rosinei é natural de Lavrinhas, mas foi criado em Cruzeiro, no Vale do Paraíba (Foto: Danilo Sardinha/GloboEsporte.com)

Aos 32 anos de idade, Rosinei está com o currículo em mãos e à procura de trabalho. No tópico "experiência profissional", o meio-campo destaca os títulos da Libertadores, com o Atlético-MG, e do Campeonato Brasileiro, com os "Galácticos" do Corinthians. O último emprego ele precisou deixar por falta de pagamento dos salários. Mas não tem desânimo, não. O objetivo de Rosinei é ultrapassar a marca de Zé Roberto, do Palmeiras, que hoje joga em alto nível aos 41 anos.

– Quero passar o Zé. Mas vai ser difícil, porque o homem é um monstro. Mas fico muito feliz por ver ele jogando em alto nível com a idade que tem – conta o jogador, que segue treinando todos os dias na cidade onde foi criado, Cruzeiro, no interior de São Paulo.

Natural de Lavrinhas, Rosinei Adolfo precisou retornar ao Vale do Paraíba após ficar sem receber no Coritiba, na última temporada. Ele lamenta a falta de estrutura dos clubes brasileiros na atualidade. E não descarta uma possível negociação com o futebol chinês, mercado que está em alta. No exterior, Rosinei já jogou no Real Múrcia, da Espanha, e também no América do México.

– Se você pode pagar 10, por que você vai oferecer 100? Oferece o que você pode pagar (...) Aceitaria a China, sim. Quero trabalhar. Temos a carreira curta. Querendo ou não, você chega com 35 e 36 anos e você é considerado velho. Sendo que fora do país, é diferente. No México, joguei com vários jogadores de 38 e 40 anos. O atacante Blanco, mesmo, até pouco tempo atrás estava jogando com 42. Esse rótulo tem que acabar – comentou.


Rosinei deixou o Coritiba por não receber os salários (Foto: Giuliano Gomes/ Agência PR PRESS)

– Sei que tenho total condição e potencial pra jogar em qualquer clube. Graças a Deus isso já foi mostrado. Então estou tranquilo. Logo, logo vocês já vão me ver aí jogando – acrescentou.



Rosinei chegou ao Terrão do Corinthians com 13 anos. Foi titular e vice-artilheiro do Timão na campanha do título do Campeonato Brasileiro de 2005. À época em parceria com a MSI, o Corinthians contava com um time que foi apelidado de Galáctico. A escalação base tinha Fábio Costa; Eduardo Ratinho, Marinho, Sebá e Gustavo Nery; Wendel, Rosinei, Carlos Alberto e Roger; Tevez e Nilmar.

Rosinei foi o vice-artilheiro daquele Timão no nacional, atrás apenas de Tevez. Ele marcou 10 gols, enquanto o argentino anotou 20. Quem não se lembra do Corinthians 7 x 1 Santos, o Eterno 7 a 1? Pois esse jogo teve gol de Rosinei. E gol contra o maior rival? No jogo Corinthians 3 x 1 Palmeiras, ainda em 2005, Rosinei marcou duas vezes.


Agachado, Rosinei está entre Fabrício e Carlos Alberto na foto do Timão de 2005 (Foto: Paulo Pinto/ Estadão Conteúdo)

– Eu cresci lá dentro do Corinthians, foram anos inesquecíveis. O ano dos galácticos foi essencial para a minha carreira. Eu sabia que era o momento que poderia me destacar. Porque no meio de bons jogadores você se destaca. Foi o que aconteceu comigo (...) brincava muito com o Roger, porque mesmo jogando de volante eu fazia muitos gols, toda hora estava na área. Até hoje tenho muitos amigos lá no Corinthians e um carinho enorme pelo clube – relembrou.

Após a conquista do Brasileirão, Rosinei não teve o contrato renovado com o Corinthians. Por ser uma prata da casa, o jogador esperava por uma valorização do alvinegro.

– (não renovar o contrato) me deixou um pouco chateado. Eu cresci ali dentro, queria continuar ali. Não me valorizaram da maneira que poderiam valorizar. Mas isso faz parte, futebol é assim – contou.



Rosinei afirma que a conquista da Libertadores foi o auge da sua carreira. Aquele time do Atlético-MG de 2013 teria sido o melhor que ele já defendeu. Segundo ele, o segredo do Galo campeão da Liberta estava na união do grupo. E o volante Pierre, hoje no Fluminense, era um dos líderes do elenco, misturando piadas e cobrança.


Rosinei comemora gol com a camisa do Atlético-MG (Foto: Leo Fontes / Ag. Estado)

– Aquele grupo era especial. Nós ríamos o dia inteiro. O Pierre é o cara mais engraçado que eu já conheci no futebol. Se você ficar com o Pierre o dia inteiro, você só dá risada das histórias dele. As histórias que ele trazia da Bahia (...) O segredo daquele grupo foi que ele estava fechado – relembrou.
Ronaldinho Gaúcho era um caso à parte no time. O craque foi abraçado pelo elenco. Rosinei reforça que Ronaldinho nunca foi mau exemplo para os jogadores do Galo. Curtia suas festas, sim. Mas no dia seguinte estava pontualmente no CT para treinar.

– Eu nunca conheci alguém igual ao Ronaldinho Gaúcho. De humildade, não conheci nenhum atleta que tenha a humildade que ele tem. Foi um prazer conviver, jogar ao lado dele. Passou muitas coisas boas pra mim (...) o Ronaldinho não gosta de perder. Igual qualquer atleta de alto nível. Quando jogava mal, ficava muito chateado. Queria muito aquela Libertadores.

Com história no Atlético-MG, Rosinei já perdeu as contas de quantas vezes teve que explicar para torcedores mais fanáticos: sua cidade do coração é Cruzeiro, mas o município, de pouco mais de 81 mil habitantes, não tem nenhuma relação com o arquirrival do Galo, a Raposa.

– É a cidade do Breno (zagueiro do São Paulo), do Bruno Mendes (atacante ex-Botafogo), dos árbitros Paulo César de Oliveira e Luiz Flávio de Oliveira. Saiu muita gente daqui, já (risos). Eu estou sempre aqui, é a minha casa, onde tenho um projeto para garotada começar no futebol. Mas não tem nada de Cruzeiro do futebol, não – explicou.

Para o futuro, descarta qualquer pretensão para se tornar treinador. Aliás, quando o assunto é pendurar as chuteiras, Rosinei prefere mudar a conversa. Por, pelo menos, mais dez anos ele quer é falar sobre o que rola dentro das quatro linhas.

– Quero jogar muita bola ainda, se Deus quiser. Esse período curto foi só uma pausa, espero nunca mais passar por isso e trabalhar bastante fazendo o que eu mais amo, que é jogar futebol – respondeu.


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