Pedaços de pau com pregos enferrujados e pedras ainda podem ser encontrados na Inajar (Foto: Rodrigo Faber / Globoesporte.com)

A Justiça começou, nesta segunda-feira, a colher os depoimentos das testemunhas de acusação no processo sobre a morte de dois palmeirenses em um briga com corintianos na avenida Inajar de Souza, na Zona Norte de São Paulo, ocorrida em março de 2012. Na briga, antes do clássico entre Corinthians e Palmeiras, marcado para o Pacaembu, morreram os palmeirenses André Alves Lezo, 21 anos, e Guilherme Vinícius Jovanelli Moreira, 19.

Os primeiros depoimentos foram de duas testemunhas que são protegidas - o que levou ao esvaziamento do plenário. Apenas a juíza Flavia Castellar Oliverio, da 2ª Vara do Juri do Tribunal de Santana, a promotora Cláudia Ferreira Mac Dowell e os advogados de defesa puderam acompanhar.

Umas dessas testemunhas é um homem, corintiano, que esteve no local do confronto, mas não participou da briga. São 29 réus, 15 deles membros da Gaviões acusados de duplo homicídio qualificado. Outros 14, integrantes da Mancha, foram indiciados por formação de quadrilha. As duas testemunhas participaram de um reconhecimento dos réus.

O processo começou em março do ano passado, quando a Justiça acatou denúncia da promotora Cláudia Ferreira Mac Dowell. Foi a primeira vez que um tribunal transformou em réus mais de uma dezena de membros de organizadas por homicídio em uma mesma ação.

De acordo com as investigações da Polícia Civil e do Ministério Público, os corintianos se armaram durante a madrugada anterior em preparação para o embate, que vingaria a morte de Douglas Karim da Silva, que teve o corpo jogado no rio Tietê após ser assassinado em agosto de 2011.