SERGIO BARZAGHI/GAZETA PRESS

Depois que o clássico contra o São Paulo foi interrompido por faixas de protesto exibidas pela torcida do Corinthians, a Federação Paulista garantiu que não orientou seus árbitros a agirem dessa forma. Desde então, porém, as manifestações seguem sendo monitoradas e detalhadas por juízes nas súmulas.

Nesta quarta-feira, por exemplo, no empate de 1 a 1 entre São Bento e Corinthians, em Sorocaba, Vinicius Gonçalves Dias Araujo relatou a presença de frases de protesto na arquibancada, relatando, um a um, os dizeres exibidos, além de "outras faixas, sem condições de visualização", segundo ele.

"Informo que a torcida do S.C. Corinthians Paulista ostentou faixas, algumas delas com os seguintes dizeres: ‘Refém da rede Globo', ‘Globo manipulação', ‘Quem vai punir o ladrão da merenda?', ‘Paulo Castilho, o futebol não precisa de você' e ‘Capez vergonha'", escreveu o árbitro.

A mesma postura foi adotada por Flavio Rodrigues de Souza, no empate em 2 a 2 com a Ferroviária, no primeiro jogo do Corinthians no Estadual depois do clássico contra o São Paulo.

"Informo que a partir dos 22 minutos de jogo foram expostas faixas pela torcida do S.C. Corinthians Paulista, com os seguintes dizeres: 1. CBF e FPF a vergonha do futebol. 2. 100 e 120 é roubo, 3. Quem vai punir o ladrão de merenda, 4. Ingresso mais barato, 5. FPF CBF Mafia, 6. Educação e futebol são do povo e não dos ladrões de merenda, 7. Globo manipuladora", escreveu ele.

Os protestos da torcida corintiana no Paulista tiveram início na partida contra o Capivariano, em que a Polícia Militar foi acionada para retirar as faixas, no intervalo do jogo, iniciando uma pequena confusão. Na ocasião, nada foi relatado na súmula do árbitro Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza.

Após as críticas pela postura do juiz Luiz Flávio de Oliveira no clássico entre Corinthians e São Paulo, a Federação Paulista emitiu nota para dizer "que não se opõe a nenhum tipo de manifestação pacífica durante os jogos, e que seus regulamentos não vetam a exibição de faixas ou bandeiras de protesto".

"Não há, tampouco, qualquer orientação por parte da FPF a árbitros, delegados de partida, profissionais envolvidos nos campeonatos paulistas, ou mesmo à Polícia Militar, para que oprimam estes movimentos", segue a nota. "A FPF defende, sim, a liberdade de expressão, princípio básico da democracia."