Foi dado o pontapé inicial para as Eliminatórias. É triste constatar, mas há tempos convocações da seleção brasileira deixaram de ter, entre as ausências, uma injustiça. Pode-se discordar de um ou outro nome, mas sem a indignação que tomou conta em outras épocas por causa deste ou daquele jogador.

Na abertura da entrevista coletiva, o Dunga foi claro ao afirmar que não trabalhará apenas com aqueles que foram chamados para os dois jogos, contra Chile e Venezuela, respectivamente. Creio haver uma lista em torno de 40 jogadores.

Nesta primeira fornada, a boa notícia foi a inclusão do Renato Augusto. É um dos melhores jogadores do Campeonato Brasileiro e um dos raros jogadores em atividade por aqui a ter uma clara compreensão do que acontece dentro do campo. Não será titular, mas tê-lo neste grupo é um bom sinal.

Outra boa notícia foi a "convocacão" do Cafu para acompanhar o time nos dois jogos. Histórias de sucesso e superação, não necessariamente nesta ordem, fazem parte da biografia do Cafu, que pode ser escrita em papel couchê e com capa dura. Vale ouvir o Cafu e essa geração atual precisa conhecer mais o passado, saber como foi a vida de quem se tornou vitorioso e a importância de usar a camisa da Seleção, fazendo a necessária separação entre ela e a entidade que dirige o futebol.

Campeonato Brasileiro

Em um país com crise política e econômica, com desemprego em alta e permanente tensão no ar, o mercado que não baixa a temperatura é o dos técnicos de futebol. Não sou um rival de se trocar treinador, mas entendo que os jogadores sempre ficam em posição mais do que confortável. Vejam o caso do Fluminense. O zagueiro Antônio Carlos foi bisonho, para ser elegante, em dois gols; o Marcos Junior, que a cada choque deixa o CTI do hospital mais próximo em alerta, displicente em um deles. E quem sai é o treinador. Assim foi, é e sempre será.

Para mostrar que troca de técnico nem sempre é equivocada está aí o Internacional. Com o Argel ganhou outra fisionomia. E flerta com uma briga por vaga na Libertadores. Nada mais esperado para uma equipe que não confirma na corrida o que fez no apronto, como se dizia no turfe.

Um doce - pode ser diet ou não - para o técnico que exumar os pontas. Ponta mesmo, tipo sete e 11. Quem viu o início da jogada do segundo gol do Internacional, na qual o Paulão (!!!!) fez uma jogada de ponta, pode constatar o quanto eles ainda podem desmontar uma marcação adversária.

Pessimista na razão e otimista na ação, eu penso que, tal e qual a minissaia que foi e voltou, os pontas ainda retornarão. E será lindo ouvir nossos locutores falando: "Foi à linha de fundo".