No dia seguinte à assinatura da MP do futebol pela presidente Dilma Rousseff, que estipulou prazos de 120 ou 240 meses para o refinanciamento das dívidas dos clubes de futebol e criou uma série de contrapartidas aos dirigentes, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, pediu que os governos parem de intervir no futebol.

Inicialmente, ele não falou particularmente no Brasil, mas deixou claro que há exemplos atuais de intervenções governamentais na Europa, na África e na América do Sul. Em seguida, questionado sobre a assinatura de Dilma, ele disse que caso a CBF se sinta atingida pela MP, que ainda vai tramitar pelo Congresso, a Fifa está à disposição para agir.

– Quando falo de interferência, me refiro a situações em que as confederações são afetadas. Se a CBF nos pedir ajuda, disser que há problema, nós atuaremos, estudaremos e tomaremos uma decisão – afirmou Blatter, que também criticou o presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, por sugerir um boicote à Copa de 2018, na Rússia, por razões políticas.

– Também falo de interferência quando um parlamento europeu pede boicote ao Mundial. Antes pediram para boicotar o Mundial do Catar, agora na Rússia. Isso é uma interferência direta.

Blatter apelou até mesmo a uma resolução da ONU que pede autonomia às instituições do futebol. Segundo ele, O Comitê Olímpico Internacional também apresentou uma resolução sobre autonomia das instituições esportivas.

– Temos nossos estatutos claríssimos e falamos em autonomia, sobretudo nas organizações dos campeonatos. A resolução das Nações Unidas fala de maneira direta e pede que as autoridades políticas não intervenham no esporte. A mensagem pode se resumir da seguinte maneira: deixem o esporte em paz.