A diretoria do Corinthians vai esperar a conclusão da venda do meia Gabriel Pereira ao Grupo City para se pronunciar sobre uma renovação de contrato jamais registrada na CBF.

O acordo foi anunciado no site oficial do clube em 31 de outubro de 2021. Após dias de muita polêmica por conta de uma negociação difícil com o empresário Ivan Rocha, que quase causou o afastamento de GP, o Timão celebrou a renovação com muita festa na ocasião.



Segundo o comunicado do clube na época, o novo vínculo seria até o fim de 2024, elevando os salários do jogador e levando a multa contratual para 100 milhões de euros (R$ 650 milhões, à época). No negócio, o Timão passaria 5% dos seus 70% para o jogador, permanecendo então com 65%.

– Após as tratativas iremos nos pronunciar. Estamos analisando a proposta – disse nesta quinta-feira um dirigente corintiano ao ge.

Na CBF, o último contrato firmado entre GP e Corinthians foi em 9 de maio de 2019. O vínculo acaba no dia 31 de março de 2022. O documento que o jogador assinou em outubro, portanto, nunca foi protocolado de fato na entidade.

Para registrar novos contratos, os clubes pagam taxas administrativas às federações e confederações. Para efeito de exemplo: uma renovação com um salário de cerca de R$ 100 mil ao jogador custaria ao clube cerca de R$ 10 mil em tributos.

A não-efetivação do novo contrato, aliás, provavelmente manteve Gabriel Pereira com o mesmo salário anterior pelos últimos cinco meses.

A venda para o City
Cria da base, Gabriel Pereira deve iniciar sua trajetória no New York City, já que a janela de transferências da MLS (Major League Soccer) fecha apenas em maio. O grupo é dono também do Manchester City, da Inglaterra, o que torna o desafio ainda mais interessante para o jovem jogador.

O valor da transferência não foi confirmado, mas especula-se que seja entre 5 e 6 milhões de euros (R$ 28,3 milhões a 34 milhões). Pelo contrato antigo, válido por mais um mês, o clube é dono de 70% deste valor. O contrato novo, não registrado na CBF, daria apenas 65% da fatia, com 5% cedidos ao atleta.

O clube já celebra internamente a venda quase confirmada. Com um fluxo de caixa ainda com problemas por conta de dívidas antigas, o Timão projeta para esse ano cerca de R$ 100 milhões em vendas de jogadores. Em janeiro, vendeu o volante Éderson ao Salernitana por quase R$ 40 milhões.

Com 47 partidas e dois gols pelo Corinthians, Gabriel Pereira já vinha sendo visto como um ativo interessante para ser negociado nesta janela. Com a chegada dos reforços mais badalados, o garoto e seu estafe perceberam que ele poderia ter poucas chances de jogar em 2022 no Timão.

Reserva, ele jogou só 32 minutos, saindo do banco em dois jogos, sob o comando de Fernando Lázaro. A tendência é de que nem seja aproveitado pelo recém-chegado Vitor Pereira.

Ucrânia esteve no caminho
Nos últimos dias, ele quase foi negociado com o Dínamo de Kiev, da Ucrânia. A negociação era conduzida pelo empresário Fábio Brito e envolveria 4 milhões de euros (R$ 22,5 milhões).

As notícias sobre a guerra da Ucrânia com a Rússia, porém, colocaram um ponto final nas conversas há poucos dias. A proposta foi revelada pelo "Portal News Mundo".



Próxima de ser concluída, a negociação com o Grupo City é feita pelo empresário Ivan Rocha e por Paulo Pitombeira, empresário que trabalha com Gabriel Jesus, do Manchester City, e que tem forte relação com ambas diretorias. No Timão, ele trabalha também com Luan, Raul Gustavo, Róger Guedes, João Pedro e João Victor.