Fotos: Arquivo pessoal


A torcida do Corinthians já deu muitas amostras de amor incondicional pelo clube ao longo dos anos como, por exemplo, com as Invasões Corinthianas e as manifestações pré e pós-título de 1977, o ano do Fim da Fila, dentre tantas outras. Mas poucos deles podem dizer que têm grandes momentos da história alvinegra na própria pele.



André Bergamim é um deles. Formado em Marketing, o fã do Timão aprendeu a história do clube enquanto estudava. Ao conhecê-la, decidiu tatuar na sua própria pele os principais momentos do time, em sua avaliação. Os desenhos, conta, honram a sua própria trajetória, que tem até o fato de ter conhecido a sua atual esposa no estádio, com quem tem hoje tem uma filha, e já passou perrengues para ver o Coringão ser campeão.

“Sou corinthiano de pai e mãe, fanático. E vou ao estádio desde novo. Tenho até um irmão que vai mais que eu”, conta. “Eu tenho algumas tatuagens, e sempre sonhei fazer uma tatuagem do Corinthians. Então fiz uma tatuagem realista da minha filha. Gostei do resultado, e então pensei em fazer uma que contasse a história do clube”.

André aliou a paixão pelo Corinthians ao fato de ter, enquanto estudante, realizado um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) sobre o clube. Assim, sabendo da história, ele descobriu títulos icônicos que não pôde ver ao vivo, como o primeiro da história do clube, em 1914, e o do primeiro tricampeonato estadual, dentre outros. E achou a ideia perfeita para realizar seu sonho.

O fã do Coringão escolheu, então, os eventos da fundação do clube, o primeiro Tri Paulista, a Invasão do Maracanã, gol do Basílio, a Democracia Corinthiana e o título do Brasileirão de 1990. Dentre os mais recentes, elegeu Cássio no Mundial de Clubes — considera o goleiro “o maior da história alvinegra” — e o gol de Romarinho contra o Boca Juniors, para ele o maior momento da Libertadores de 2012.

“Eu fiz o TCC da faculdade e pesquisei os dados sobre o clube. Aí escolhi as fotos de momentos históricos e mandei para o tatuador, que então decidiu fazê-las sobrepostas”, explicou.

Ver o título da Libertadores do sofá de casa ou da arquibancada?

Se as tatuagens não bastassem para que André mostrasse o seu fanatismo pelo Timão, ele sentiu o amor pelo clube no bolso. Para assistir ao jogo de volta da final da Conmebol Libertadores de 2012, ele e a esposa não pensaram duas vezes: utilizaram todo dinheiro que tinham, incluindo o do sofá que seria comprado em sua recente mudança – e só foi adquirido seis meses depois daquela decisão.

A relação com a esposa, que até então era ‘apenas’ sua namorada, avançou. “Naquele ano conseguimos ir morar juntos, mas quando nos mudamos, só tínhamos uma cama, uma geladeira, uma TV e um guarda-roupa”, relembrou.



“Na final, fizemos o possível para conseguir ingressos, mas eles se esgotaram bem rápido. Procurei muito, e dei a sorte de achar o diretor de uma empresa patrocinadora da competição, que torcia para outro time e tinha dois ingressos. Ele estava bravo e ofereceu 1000 reais por cada. Nós tínhamos 1500 reais guardados para comprar um sofá, aí fizemos um empréstimo de mais 500 reais, compramos os ingressos e vimos a final. E só no fim daquele ano conseguimos comprar o sofá”, conta.

Hoje com 38 anos, André se orgulha de ter escolhido uma parceira corinthiana a quem, inclusive, convenceu a também marcar na pele o amor pelo Timão. “Ela tem nove tatuagens, também gosta bastante disso como eu, mas não tinha nenhuma do Corinthians. Só que ela foi ao evento da Tattoo Week no fim de semana e agora tem uma!”, contou, relembrando o evento em que o clube bateu o recorde de tatuagens entre os dias 28 e 29 de setembro.





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