1/4/2014 21:14
Ministério do Trabalho faz exigências e deve liberar área da Arena Corinthians apenas na próxima segunda
Órgão cobra empresa responsável pela instalação das arquibancadas provisórias no estádio, que considera morte 'fatalidade'. Odebrecht se isenta de culpa pelo caso
O Ministério do Trabalho fez três exigências a Fast Engenharia, empresa responsável pelas arquibancadas móveis da Arena Corinthians, para liberar a área de instalação das arquibancadas do setor sul que está interditado após a morte do operário Fabio Hamilton da Cruz, ocorrida na manhã do último sábado. O órgão quer implementações de guarda-corpos (grades de proteção), cabos de aço longitudinais (na obra só existem transversais) e um projeto de proteção coletiva (a preferência é por uma rede).
O MT espera um plano de ação da Fast Engenharia até esta quinta-feira para, então, poder liberar a sequência das obras apenas na próxima segunda. Na tarde desta terça-feira, houve uma reunião na sede do Ministério do Trabalho entre representantes do órgão, da Fast Engenharia e da Odebrecht, construtura responsável pelas obras do estádio.
- Não havia segurança necessária. Não tínhamos vistoriado o local antes do acidente, mas trabalhamos com um volume muito grande de obras. Não podemos estar em todas as obras em todos os momentos - afirmou o superintendente do Ministério do Trabalho, Luiz Antonio Medeiros.
A Odebrecht, que nesta segunda-feira garantiu não infringir as regras de jornada de trabalho dos operários, isentou-se de culpa pelo ocorrido.
- Estamos muito sensibilizados, mas não nos sentimos responsabilizados. O acidente aconteceu em um trecho da obra que não compete a nós. Foi um fato terrível pela morte, mas não é um assunto nosso - disse Amadeu Tavares, advogado da Odebrecht.
A Fast Engenharia foi contratada pela Ambev para fazer a instalação das arquibancadas, cerca de 20 mil lugares provisórios para atender as exigências da Fifa para a abertura da Copa do Mundo, no dia 12 de junho, entre Brasil e Croácia. Segundo o advogado da empresa, o caso foi uma fatalidade, e não erro de segurança.
- Foi um acidente, uma fatalidade. Vamos trabalhar com fatos: ele tinha cinto de segurança, estava treinado e fez parte da equipe que instalou os outros platôs. Havia mais dois operários na plataforma no momento do acidente, eles estavam conectados e não houve nada com eles - explicou David Rechulski, advogado da Fast Engenharia.
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