Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians, prestou depoimento à comissão de ética do clube e ao Ministério Público sobre o uso do cartão de crédito da instituição para despesas pessoais durante seu mandato entre 2018 e 2020. O ex-dirigente admitiu ter utilizado o cartão em viagens a destinos como Tibau do Sul e Fernando de Noronha.

Em sua defesa, Sanchez informou que já reembolsou R$ 15 mil ao clube, mas ainda precisa quitar valores adicionais referentes à correção monetária. Sobre uma compra em joalheria em 2020, afirmou que o gasto tinha finalidade de presentear alguém em compromisso oficial do Corinthians. Seu advogado ressaltou que a maior parte das despesas estava relacionada a compromissos do clube, como restaurantes, supermercados e lojas de produtos isentos de impostos, exceto pelas viagens mencionadas.

O inquérito, conduzido pelo promotor Cássio Roberto Conserino, investiga possíveis crimes como apropriação indébita e envolve o período de gestão desde Duilio Monteiro Alves até maio de 2025. Há indícios de empresas de fachada e suspeitas de infiltração do crime organizado no clube.

A defesa de Andrés solicitou arquivamento do caso, alegando ausência de ilícito e falta de regras claras sobre o uso do cartão, mas o Ministério Público negou o pedido. Paralelamente, comissões internas do Conselho Deliberativo também analisam a conduta do ex-presidente, que hoje é conselheiro vitalício e participou recentemente de reuniões sobre a renegociação do financiamento da Neo Química Arena.