Tem sido difícil ver dois bons jogos em sequência do Atlético Mineiro depois que terminou o Estadual. O Galo recebeu um Corinthians bastante desconfigurado na noite deste sábado e ficou apenas no empate sem gols. Demorou 40 minutos para conseguir finalizar a primeira vez, voltou a mostrar imprecisão em chances claras, e ganhou agressividade muito tardiamente no jogo. O Timão padece do mesmo problema, certamente tem menos momentos de brilho neste período da temporada em relação ao rival de hoje, mas leva na bagagem um ponto importante dentro do contexto da partida. Se não serviu para buscar o G6, ao menos fez a equipe chegar ao quarto jogo seguido sem derrota, melhor marca do curto trabalho de Dorival Junior.
Escalações Cuca optou por Bernard para o lugar do lesionado Cuello. O restante da equipe foi o mesmo que iniciou a goleada contra o Maringá, incluindo a confirmação de Hulk e a manutenção do jovem Patrick no meio. Dorival Junior ainda não teve Garro e Memphis Depay. Escalou um time misto. Matheuzinho voltou. João Pedro, Ryan e Hector Hernández foram titulares. André Ramalho, Coronado e Yuri Alberto começaram no banco de reservas.
O jogo Apesar da equipe bastante modificada, o Corinthians foi melhor que o Atlético no 1º tempo. Se mostrou bem confortável para ficar com a bola durante grande parte da etapa, mas não produziu tantas chances quanto poderia. O Galo só foi finalizar pela primeira vez depois dos 40 minutos, e desperdiçou duas grandes oportunidades antes do intervalo. O Timão controlou as ações com a bola por pelo pelo menos 30 minutos. Trazia Raniele para fazer a saída entre os zagueiros. Projetava Bidu e Matheuzinho bem abertos pelos lados. Carrillo flutuava para o meio e fazia ótimas trocas com Martinez, se conectava com o venezuelano. Talles Magno circulava pelo ataque e tirava a referência de marcação de Natanael.
Apesar de envolver o Atlético e ocupar a intermediária ofensiva, o time paulista encontrava problemas para transformar isso em chances de gol. Mesmo em dificuldades para cumprir alguns encaixes de marcação, os mineiros eram combativos. Sofreram mais para deter os contragolpes do Corinthians, principalmente pelo lado esquerdo da defesa. Talles Magno saiu cara a cara com Éverson após boa jogada de Martinez pelo setor e mandou por cima. Depois foi a vez de Hernández cabecear para fora um cruzamento de Carrillo.
Lyanco poderia ter sido expulso ainda na 1ª etapa. Acertou um carrinho frontal em Matheus Bidu e levou o amarelo. Na sequência merecia ter sido advertido novamente por falta em Hernández. Mas ficou em campo. Cuca mostrava-se irritado à beira do campo. Via sua equipe dominada e sem agressividade com a bola. A circulação atleticana era muito burocrática. Não conseguia conectar as peças na intermediária contrária.
Perto dos 30 minutos, o treinador centralizou Rony no ataque e abriu Scarpa pela direita. O camisa 10 passou a marcar Bidu no momento defensivo, e circular para o meio em fase ofensiva. Hulk pressionava junto com Rony os zagueiros corintianos, e quando o Atlético tinha a posse circulava mais pelo ataque, incluindo o lado direito. Foi por lá que quase abriu o placar. Não aproveitou um erro bisonho de Matheus Bidu ao tentar recuar para Hugo Souza. O craque do Galo bateu para fora. Na sequência, foi a vez de Rony parar na excepcional defesa de Hugo, após vencer duelo com Cacá.
De certa forma, o erro de Bidu mexeu no ânimo dos donos da casa, que já tinham melhorado após a troca de posição de Rony e de Scarpa. O intervalo, no entanto, tratou de arrefecer o ímpeto dos donos da casa, e o Corinthians voltou a ter posses mais longas, tirar a agressividade do Atlético. Reequilibrou as ações. Bernard e Rony foram sacados antes dos 15 minutos. Igor Gomes e Junior Santos entraram. No Timão, José Martinez saiu sentindo a região lombar para a entrada de Charles. Yuri Alberto também foi a campo na vaga de Hernández.
As mudanças fizeram bem ao Atlético, que passou a ter Igor Gomes flutuando inteligentemente da esquerda para o meio, e pressionou com e sem a bola. Hulk, trabalhando bastante às costas de Raniele no 2º tempo, levou perigo em finalização da entrada da área. Cacá quase marcou contra ao tentar cortar um bom cruzamento de Natanael, mas depois salvou em cima da linha. Dorival percebeu que precisava renovar o gás de sua equipe. Tirou Carrillo e Talles Magno para colocar Breno Bidon e Romero.
O Atlético manteve-se mais perigoso, mas pouco criativo com a bola rolando. Mostrou repertório limitado de jogadas. Hugo fez ótima defesa em cobrança de falta de Gustavo Scarpa, que terminou o jogo atuando como volante após a entrada de João Marcelo no lugar de Natanael. Alan Franco foi para a lateral-direita. Félix Torres entrou novamente como lateral no lugar de Matheuzinho depois dos 35'. Apesar transitar menos no gramado adversário, o Corinthians não foi necessariamente pressionado nos acréscimos. Demonstração de incapacidade dos donos da casa, que terminarão a rodada na 10ª posição, muito aquém do esperado para esta altura do campeonato.