Wesley Melo, ex-diretor financeiro da gestão de Duilio Monteiro Alves (2021–2023), atualmente conselheiro trienal e membro da Comissão de Finanças do Corinthians , se manifestou sobre as contas da atual gestão de Augusto Melo no clube. Na noite da última sexta-feira (18), o Corinthians entregou aos seus órgãos de fiscalização o balanço financeiro referente ao ano de 2024. O documento revelou uma dívida bruta de R$ 2,568 bilhões. Wesley declarou que as demonstrações ainda precisam passar por uma análise técnica detalhada, com base na legislação contábil vigente. Além disso, o conselheiro fez críticas ao que classificou como possíveis tentativas de ocultar problemas financeiros. "Não iremos tolerar manobras para mascarar o estouro de orçamento", afirmou.
Wesley também comentou declarações do atual diretor financeiro, Pedro Silveira, em entrevista ao "GE". Pedro destacou que, apesar de as despesas terem crescido 14%, totalizando R$ 716 milhões, o clube alcançou o maior resultado operacional de sua história — com um EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 293 milhões, o que representa um crescimento de 44% em relação ao ano anterior. - Importante destacar que as despesas também cresceram, porém menos do que as receitas. Houve um aumento de 14% nas despesas, totalizando R$ 716 milhões. Aqui, temos uma notícia positiva: o maior resultado operacional da história do Corinthians. Isso é o famoso EBITDA, que representa o fluxo de caixa operacional — ou seja, quanto de dinheiro foi gerado antes do pagamento de impostos e dívidas. O Corinthians gerou R$ 293 milhões, um valor 44% superior ao de 2023 - explicou Pedro.
A votação das contas acontecerá no próximo dia 28. O CORI (Conselho de Orientação do Corinthians), responsável por orientar o Conselho Deliberativo, conduzirá o processo. Caso as contas sejam reprovadas, os números poderão servir de base para eventuais pedidos de impeachment ou reforçar processos já suspensos, que aguardam nova análise. As demonstrações apresentadas pela gestão atual e suas supostas conclusões exigem uma análise técnica, à luz da legislação contábil, o que demanda tempo e, principalmente, relatórios e documentos a que precisamos ter acesso - o que já foi requerido. Manifestamos ainda nossa plena confiança nos processos auditados e aprovados dos balanços anteriores em todos os órgãos competentes. Não vamos tolerar manobras que tentem mascarar o evidente estouro de orçamento, visível a olho nu, ao qual nem o Cori, com maioria de membros eleitos pela atual gestão, tem sucesso em analisar dentro dos prazos. A entrevista do Diretor Financeiro publicada no GE falando dos números, antes mesmo de os órgãos competentes do clube terem acesso aos dados, também demonstra que a gestão continua disposta a ignorar procedimentos a fim de sustentar narrativas unilaterais e, como vimos no passado, incorretas .