O presidente do Cuiabá, Cristiano Dresch, expressou sua insatisfação com a decisão da CNRD (Câmara Nacional de Resolução de Disputas) em aprovar o plano apresentado pelo Corinthians para quitar dívidas com clubes e jogadores. Na visão do dirigente, a aprovação é um "convite ao calote". Dresch afirmou em entrevista ao ge que esperava que a CNRD revisse os planos, especialmente quanto à cobrança de juros, e destacou que o plano será corrigido somente pela inflação, o que, na sua opinião, favorece o Corinthians em detrimento dos clubes menores.
O dirigente fez um apelo para que outros clubes não negociem com o Corinthians, pois, na sua visão, a decisão da CNRD prejudica o Cuiabá, que é o maior credor do grupo, com uma pendência de R$ 18 milhões. Dresch apontou que a CNRD é um órgão politicamente influenciado e que, segundo ele, não é independente, podendo sofrer pressões políticas.
O Corinthians recebeu, da CNRD, aval para dar sequência ao plano de pagamento de R$ 76 milhões a uma longa lista de credores, com pagamentos trimestrais e um prazo de seis anos para quitar a dívida. Dresch destacou a desproporção entre o valor da dívida e o faturamento do Corinthians, e mencionou que a decisão da CNRD favorece o clube paulista em detrimento do Cuiabá.
Nos últimos anos, Corinthians e Cuiabá fizeram alguns acordos nos bastidores, como a contratação do técnico português António Oliveira, que resultou no pagamento de uma multa pela rescisão do contrato com o Dourado. A maior parte da dívida ativa com o Cuiabá tem relação com a venda do volante Raniele, hoje titular do meio de campo do Corinthians, em que a diretoria do Corinthians se comprometeu em parcelar o valor, mas não cumpriu. Sem resposta da equipe paulista, o clube procurou a CNRD para receber o que estava previsto em contrato.