O Corinthians entregou na noite desta sexta-feira o balanço de 2024 aos órgãos fiscalizadores do clube. De acordo com Pedro Silveira, diretor financeiro do Timão, o endividamento bruto chegou a R$ 2,568 bilhões. Por outro lado, ainda segundo o gestor, o Alvinegro teve um faturamento recorde em sua história de R$ 1,115 bilhão. – Contabilmente, o Corinthians fecha o ano com um passivo bruto de R$ 2,568 bilhões. Mas, gerencialmente, por causa do contrato da LFU (Liga Forte União), estamos considerando como R$ 2,418 bilhões. A LFU adiantou R$ 150 milhões que temos que registrar como dívida, porém ele foi combinado com características de adiantamento – explicou o diretor financeiro, em contato com a reportagem.
O ge conversou com um dos homens de confiança de Augusto Melo logo após o envio do documento ao Conselho Fiscal, Conselho de Orientação (CORI) e Conselho Deliberativo. A reportagem não teve acesso ao documento. Na visão de Pedro Silveira, os resultados foram positivos. Afinal, mesmo com o aumento do endividamento bruto, o Corinthians registrou recorde de arrecadação e teve o melhor resultado operacional de sua história.
– Quero destacar o aumento da receita do Corinthians, isso é apenas a receita do clube e não inclui o consolidado da arena. Tivemos um recorde na história do Corinthians com R$ 1,115 bilhão e superamos o recorde anterior, que era de 2023, em 19% – destacou. – Importante destacar que as despesas também cresceram, porém menos do que as receitas. Houve um aumento de 14% das despesas, totalizando R$ 716 milhões. Aqui, temos uma notícia positiva, que é o maior resultado operacional da história do Corinthians. O que é isso? É o famoso EBITDA, a medida do fluxo de caixa operacional. Ou seja, quanto de dinheiro você gerou antes de pagar os impostos e os serviços de dívida, os juros. O Corinthians gerou, de resultado operacional, R$ 293 milhões, que significa 44% acima dos valores de 2023.
Ainda segundo o dirigente, os números apresentados pela gestão demonstram que o Corinthians possui uma maior capacidade de quitar seus débitos no mercado. – Usamos dois índices para medir a capacidade de pagamento das dívidas, para medir a capacidade do fluxo de caixa. O primeiro é o índice de endividamento sobre a receita, que caiu de 1,9 vezes para 1,7 vezes, ou seja, recuando 12% de 2023 para 2024. – Outro índice muito importante é o endividamento contra o resultado operacional, o EBITDA, que também caiu 12%. Foi de 8,7 vezes para 6,4 vezes. Hoje, o Corinthians é uma empresa, um clube muito mais saudável, com muito mais capacidade de honrar seus compromissos – argumentou.
Próximos passos Feita a entrega pela gestão, o documento passará pela análise do Conselho Fiscal, Conselho de Orientação (CORI) e pelo Conselho Deliberativo. Caso os números apresentados não sejam aprovados, há a prerrogativa da abertura de mais um processo de impeachment do presidente Augusto Melo. De acordo com a Lei Geral do Esporte, todas as agremiações precisam apresentar o balanço financeiro até o fim do mês de abril. Embora a gestão tenha protocolado o documento aos órgãos fiscalizadores do Corinthians, a entrega apenas estará completa depois de ser analisada, debatida e votada pelos conselheiros do Timão.