O nome de Matheus Delgado Candançan ganhou as manchetes ontem (15) ao ser escalado para apitar o dérbi entre Palmeiras e Corinthians, amanhã (17), no Allianz Parque, às 20h30, pelo Paulistão. Chamou atenção a juventude do árbitro: apenas 23 anos. A carreira se iniciou após desistir de ser jogador, aos 16.



Matheus é filho de Demetrius Candançan que também foi árbitro da Federação Paulista de Futebol (FPF) por cerca de 20 anos. Matheus se formou no curso de arbitragem em 2017, aos 19 anos, e vem ganhando espaço desde então. No entanto, é verdadeiro dizer que o dono do apito no Dérbi tem pouca experiência na elite do futebol estadual.


Sua estreia no Paulistão ocorreu no ano passado, em Mirassol 2 x 1 São Bento. O duelo ficou marcado pelo "árbitro de áudio": a cabine do VAR ficou sem sinal de imagem e Candançan recebeu orientação da sala do VAR via rádio. O lance era de interpretação: a bola tocou no braço e deu início a nova jogada, colocando o jogador em posição de impedimento. Sem imagem, ele confiou na interpretação do VAR e anulou o gol.


Candançan ainda trabalhou como árbitro principal em Ferroviária 2 x 2 Santo André, além de mais dois jogos da divisão como quarto árbitro. Os outros jogos de 2021 se deram nas divisões inferiores do estadual, principalmente na A-2.


Neste ano, o árbitro teve seu maior jogo: o clássico Choque-Rei na semifinal da Copinha que terminou com a vitória do Palmeiras sobre o São Paulo. O duelo ficou marcado pela invasão de campo no fim da partida e pela faca encontrada no gramado.


Candançan ganhou neste ano suas primeiras oportunidades de apitar um jogo de um dos grandes paulistas: ele esteve em Corinthians 1 x 0 Santo André, jogo em o Timão venceu com pênalti polêmico e marcado pelo VAR, e também na vitória tranquilo do São Paulo por 3 a 0 sobre o Mirassol.


Em 2022, ele ainda trabalhou em Guarani 0 x 2 Botafogo e Ituano 3 x 1 Ferroviária. Candançan trabalhou em outras cinco partidas da elite paulista como VAR ou quarto árbitro.


Carreira de jogador não vingou

Antes de fazer o curso da FPF para se tornar árbitro, Matheus tentou ser jogador de futebol e chegou a passar por alguns clubes, mas a carreira não foi para frente e ele desistiu aos 16 anos.


"Tentei jogar bola, tive algumas passagens por clubes. Mas o motivo principal é que meu pai foi árbitro. Vendo ele, fui criando gosto", afirmou em entrevista à TV Record.


Para Candançan, as decisões em campo são fundamentais para ter o respeito dos jogadores, independentemente da idade de quem apita.



"Tem que ter respeito do jogador. As duas decisões durante o jogo vão criando credibilidade. O jogador sabe quando está errado e quando está certo. Eles reclamam porque a cultura é reclamar", opinou.

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