24/6/2017 11:24

Teoria ou prática? Os distintos perfis dos técnicos rivais Renato e Carille

Treinadores adotam discurso semelhante e não tratam jogo de domingo como final, embora ressaltem importância. Grêmio e Corinthians se enfrentam às 16h de domingo, na Arena

Teoria ou prática? Os distintos perfis dos técnicos rivais Renato e Carille
Grêmio e Corinthians não opõe apenas vice-líder e líder do Brasileirão. O jogo coloca frente a frente também estilos de dois técnicos ponteiros na competição, em estágios diferentes na carreira, mas essencialmente muito diferentes. Fábio Carille, discípulo de Tite, sempre sério. E Renato, com o aposto Gaúcho Brasil afora, um personagem já bem folclórico do futebol por frases de efeito e comportamento descontraído. De um lado um grande jogador, um atacante daqueles, reconhecido apreciador do seu “chopinho” no Rio de Janeiro. De outro, um lateral esforçado, ciente desde sempre que era um treinador em campo, estudioso da teoria do esporte.



Uma coisa, porém, ambos concordam: não é uma final. O jogo de domingo é importante, sim, pelo enfrentamento e o que significaria para ambos a vitória. Mas não decide nada e nem inviabiliza a sequência de briga pelo título na competição. Renato já adotou esse discurso após o jogo com o Coritiba, na quinta. Carille fez o mesmo.

- Não é uma final. Não vai se definir o campeão neste jogo, mas será um jogo decisivo, como a gente trata todos. Foi assim contra Bahia, Vitória, Atlético-GO, enfim, desde o começo do ano vimos cada jogo como uma decisão. E no domingo será mais uma - afirmou Carille.

ESTUDO E A POLÊMICA
Carille foi auxiliar do Corinthians por oito anos antes de ser efetivado como treinador do clube há seis meses. Fez o curso de Licença Pro na CBF no ano passado, antes de assumir o Timão, e deu uma palestra para os treinadores que cursam para tirar a Licença A da entidade. Já deixou claro a intenção de, nas férias próximas, ir para a Europa e conhecer de perto a realidade de alguns clubes no Velho Continente.




Renato, por sua vez, foi centro de polêmica recente justamente por isso. Após o título da Copa do Brasil, falou que podia tirar férias na praia e ir jogar futevôlei porque “sabe” de futebol. Usa seu passado como jogador para as correções no time e implementar o que quer. Em entrevista para a Rádio Globo, porém, ele falou sobre o tema e disse que se atualiza “da sua maneira”.

- Eu não sou contra ninguém estudar. Eu estudo, não vou falar que não. Quando me referi que não preciso ir na Europa para estudar, me referi que algumas pessoas foram para a Europa, fizeram duas ou três fotos e falaram que tinham estudado. Sou contra isso. Ninguém vai para a Europa, fica lá uma semana, 10 dias, e aprende suficiente. É isso que discordo. Vejo os jogos do Brasileiro, da Série B. Lógico que o estudo é importante, mas não da maneira que as pessoas falam que estudam. Nunca é demais, todo dia aprendo uma coisa. Faço da minha forma. Não da forma que as pessoas acham que deve ser - comentou o técnico do Grêmio.



Enquanto Carille é um cara mais sisudo, poupa sorrisos no seu contato com a imprensa e mantém um tom sempre mais sério (veja acima o desafio para fazer o técnico sorrir), Renato distribui sorrisos. Seja durante o treino ou em contato com a imprensa. Brinca muito com os jogadores, inclusive, e não é incomum vê-lo gargalhar antes de começar as orientações para o elenco. Carille, por exemplo, nunca bebeu álcool e está casado com a mesma mulher há 20 anos. Renato mantém a fama de mulherengo no passado, mas não esconde de ninguém a predileção por um chope no Rio de Janeiro, com os amigos. Em sua primeira passagem pelo Grêmio, em 2010, reuniu parte da imprensa para uma confraternização em um restaurante de Porto Alegre.
DO CRAQUE AO DISCIPLINADO



Outra diferença está nos seus papéis como ex-jogadores. O gremista, neste quesito, está léguas à frente. Foi campeão da Libertadores e do Mundial sendo protagonista pelo Tricolor, em 83. Conta com uma casca de ídolo que o ajuda a lidar com a torcida e até ser blindado de críticas. Teve passagens por grandes clubes brasileiros, além dos gaúchos, como Fluminense, Flamengo e os dois mineiros. Sua aventura na Roma, porém, não foi bem sucedida.

Carille foi um lateral e zagueiro em uma carreira de pouco sucesso. Além do Corinthians, com uma passagem com poucos jogos, vestiu a camisa de Coritiba, Paraná e Portuguesa, entre outras equipes menores - uma delas a Ulbra, da região metropolitana de Porto Alegre. Mas, desde aquela época, já sabia o seu futuro. Uma diferença para Renato, que não se imaginava treinador.

- Sou muito ciente: era muito disciplinado, e um técnico dentro de campo, tinha noção das coisas - disse Carille após a conquista do Paulistão deste ano.

ATACANTE X LATERAL
Hoje, as duas equipes polarizam a disputa do Brasileirão, com larga vantagem sobre o Santos, terceiro colocado. Mas também são sinônimos de defesa sólida, no caso do Corinthians, e ataque positivo, pelo lado do Grêmio. Carille era o auxiliar que trabalhava o lado defensivo com Mano Menezes, que o levou ao Timão, e Tite. Pegou um time que sofria muitos gols e arrumou a defesa, hoje a melhor do Brasileirão, com cinco gols sofridos em nove jogos.



Atacante que foi, Renato comanda hoje o melhor poderio ofensivo da competição, com 23 gols marcados, seis a frente do Timão, o segundo no quesito. Não que o treinador só dê olhos para esse lado ou monte apenas times "para frente". O Grêmio de 2013, por exemplo, foi vice-campeão do Brasil com três zagueiros e três volantes. Mos nos treinamentos, costuma dar dicas de finalizações e posicionamento e é reconhecidamente um entusiasta do jogo ofensivo. E quando os atletas desapontam no quesito, brinca que vai mostrar o DVD pessoal.

MOTIVAÇÃO X INFORMAÇÃO
Se Carille é reconhecido pelo seu apego à parte téorica do futebol, Renato por outro lado já muito ganhou rótulo de “motivador” Brasil afora. Não se limita apenas a isso, claro, mas a gestão do grupo é um dos pontos fortes do ídolo gremista. Já o comandante do Corinthians abastece os jogadores com informações durante a semana e foca mais na preparação técnica do time.

"Ninguém vai para a Europa, fica lá uma semana, 10 dias, e aprende suficiente. É isso que discordo. Vejo os jogos do Brasileiro, da Série B. Lógico que o estudo é importante, mas não da maneira que as pessoas falam que estudam. Nunca é demais, todo dia aprendo uma coisa. Faço da minha forma" (Renato)
NA MÍDIA

Renato repete alguns lugares-comuns no futebol, mas também há entrevistas no qual mostra dominar totalmente o ambiente. Uma delas, após o título da Copa do Brasil, quando estava descontraído frente às câmeras e ganhou um banho de espumante (veja acima). No dia a dia, mantêm uma relação cordial com os jornalistas, por vezes com conversas informais, e sabe despistar e usar a imprensa para o seu objetivo.

Carille vem aos poucos se familiarizando com a rotina de entrevistas exclusivas e coletivas. Vai se soltando e expondo mais suas ideias nos últimos tempos no contato com os jornalistas. Quem acompanha o dia a dia o vê usando termos semelhantes ao utilizados por Tite, hoje na seleção brasileira, que é uma referência e com quem trabalhou na época de auxiliar.


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3204 visitas - Fonte: Gazeta Esportiva

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