Autor do gol que deu ao Corinthians o título do Campeonato Paulista de 1977, Basílio esteve nesse sábado, 29, na Arena Corinthians para assistir ao embate entre o Timão e Chapecoense. Das arquibancadas, viu o alvinegro empatar por 1 a 1 com a equipe catarinense e sair da zona de classificação para a Libertadores. O resultado, além da perda sexta colocação, é mais um que ilustra o momento instável do time no Campeonato Brasileiro.
Basílio, com 67 anos, surpreende-se com a queda de rendimento da equipe durante o nacional. Acredita que a causa seja emocional devido à pressão. Disso, Basílio entende. Afinal, o gol do título paulista de 1977 colocou fim a um jejum de 23 anos sem título para o Timão.
O time começou de forma boa, disputando as primeiras colocações e, de repente, no fim da gestão do Cristovão, deu uma caída. Isso passou a preocupar. Conheço bem o Corinthians. Enquanto você está brigando pelas primeiras colocações, é uma coisa.
Quando você despenca como despencou, a pressão vai existir em um momento delicado como esse. Quem tem que agir é a equipe dentro de campo – disse o ex-jogador, que esteve neste domingo, 30, em Taubaté (SP) para uma manhã de autógrafos em uma loja do Corinthians.
– Dá para ficar (no G-6), mas está perdendo aquela chance, como esse último resultado. Jogou dentro de casa, saiu na frente, cedeu o empate e sofreu depois uma pressão desnecessária. Essa instabilidade é por causa do próprio emocional de alguns jogadores. Eles não estão habituados a vestir a camisa do Corinthians e ver a forma que é – acrescentou o ex-atleta, que diz sempre conversar com os atletas e falar sobre como é ser jogador do clube.
Com o empate com a Chapecoense, o Timão caiu para a sétima colocação do Brasileiro, com 50 pontos. Um ponto a menos que o Atlético-PR, sexto colocado e dentro da zona de classificação para a Libertadores.
– Tem que acertar esta parte emocional. Eles têm grande chance. A diferença é mínima, de um ponto com o sexto colocado. Mas não podemos brigar pela sexta colocação. Você vestindo a camisa do Corinthians, tem que estar na quarta colocação ou mais. É lógico que essa abertura do G-6 até acomodou algumas equipes que buscam uma classificação. Mas tenho certeza que os jogadores vão reagir e colocar o Corinthians novamente na Libertadores – comentou.
39 anos do feito histórico
Basílio defendeu o Corinthians entre 1975 e 1981. Ficou marcado na história do clube por ser o autor do gol que deu ao time o título do Campeonato Paulista de 1977 e encerrou o jejum do clube de 23 anos sem conquistar um caneco expressivo. O feito completou 39 anos no último dia 13 de outubro. Desde então, Basílio é assediado por torcedores corintianos.
É gozado que todo dia 13 eu recebo mais cumprimentos do que no dia do meu aniversário. Isso é gostoso. É prazeroso. Onde quer que você esteja, as pessoas te conhecem.
Você é assediado de uma forma carinhosa. Um exemplo: estava chegando agora na cidade, parei na padaria que tem uma banca de jornal de um ex-jogador. O rapaz me viu, ficou olhando e falou: “Basílio!”. Foi lá e chamou todo mundo que estava na padaria. Isso é muito gostoso. É sinal não só da história que nós passamos a fazer parte, mas o carinho do torcedor é o mais marcante – afirmou.
Atualmente, Basílio trabalha na área cultural do Corinthians e administra o time master do clube. Também participa de um programa televisivo aos domingos e, em breve, pretende fazer o programa na rádio.