Cristian e Elias conversam no treino do Corinthians (Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians)


Campeão nacional em 2015, o Corinthians perdeu sete titulares em oito meses, trocou Tite por Cristóvão Borges, negociou mais alguns jogadores nos últimos dias e vive fase de oscilação no Brasileirão. Apesar de aparecer na quarta colocação do Campeonato Brasileiro, o Timão passou a ser questionado por boa parte da torcida.

Para mudar o cenário, dois dos jogadores com mais identificação com a torcida tomaram posição de liderança nas últimas semanas, expondo-se para a imprensa e ajudando na retomada do ânimo internamente: Elias, que reclamou de vaias excessivas, e Cristian, que falou em entrevista coletiva na segunda-feira, após a sétima derrota da equipe no Brasileirão, contra a Ponte.

– Esse momento é ruim, ninguém gosta de vir falar em derrota, mas temos a consciência tranquila porque sabemos que podemos melhorar. A gente sabe o que fazer. Temos de melhorar o mais rápido possível, e será já na quarta-feira – afirmou Cristian, de 33 anos, que defendeu o trabalho de Cristóvão Borges e cobrou um melhor futebol dos seus companheiros.

Ainda quando era reserva de Bruno Henrique, Cristian chamou a atenção por um gesto no intervalo do jogo contra o Vitória, em Itaquera, momento em que o time perdia por 1 a 0. Após o apito do árbitro, ele ficou na entrada do túnel cumprimentando cada jogador titular e dando força. No segundo tempo, a equipe virou o placar para 2 a 1.

Cristian e Elias foram campeões da Copa do Brasil de 2009 (Foto: Daniel Augusto Jr. / Agência Corinthians)

– Nesses momentos a gente tem de ter postura de liderança, sou um cara que todo mundo respeita, jogando ou não. Defendemos o Corinthians. Eu tinha que dar força aos companheiros. É um momento complicado, de cobranças entre nós também, temos de ter respeito, carinho pelos companheiros, temos de ajudar – explicou ele, na ocasião.

Gol, assistências e atrito com Vilson: o primeiro treino de Gustavo no Timão

Pouco antes disso, foi Elias, de 31 anos, quem adotou um papel de escudo da equipe. Após empate por 1 a 1 contra o Cruzeiro no Pacaembu, o volante disse que era contra as vaias e comparou o comportamento com o dos torcedores do São Paulo. Dias depois, na virada contra o Vitória em Itaquera, ele elogiou o apoio dos corintianos e trouxe a Fiel de novo para o lado do time.

– Enquanto eu tiver algo para dar ao Corinthians, algo para contribuir, vou estar aqui. Quando eu não conseguir mais, eu mesmo pego minhas coisas e vou embora, porque não consigo ficar no clube que eu gosto, um clube que eu torço, sem contribuir com o que eu posso dar.

Campeões juntos da Copa do Brasil em 2009, ainda com
Mano Menezes e Ronaldo em campo, a dupla de volantes voltou a atuar lado a lado na derrota para a Macaca, e deve ser mantida neste jogo diante do Fluminense, em Mesquita, no jogo de ida das oitavas de final do torneio nacional.