Luciano treina em busca de gols: atacante tem função tática importante no time (Foto: Rodrigo Gazzanel/Ag. Corinthians)

Com 24 gols em 14 rodadas do Campeonato Brasileiro, o Corinthians parece não ter muitos problemas no ataque, que vem se acertando novamente sob o comando do técnico Cristóvão Borges. Mas aquele que deveria ser a principal fonte de gols do time tem sofrido. Seja Luciano, André ou Romero, o centroavante é "sacrificado" no atual Corinthians.

Dos 24 gols, apenas dois foram marcados por um jogador que fazia essa função em campo durante a partida: André, contra o Coritiba, e Luciano, contra o Santa Cruz. Mas, com volume ofensivo satisfatório, por que os centroavantes corintianos não conseguem render como a torcida espera?

Consistência defensiva tem a ajuda do centroavante: posição "sacrificada" no Timão

Os números do Corinthians até a 14ª rodada do Brasileiro mostram que os centroavantes têm poucas chances de finalizar a gol. O Timão tem, em média, 12,9 arremates a gol por jogo – apenas 1,7 deles partindo dos jogadores mais avançados escalados por Cristóvão Borges.

Com posse de bola, troca de passes e jogadas pelos lados, os centroavantes são menos acionados onde gostam – dentro da área, mais perto do gol adversário. Foi assim que Luciano marcou contra o Santa Cruz, ao receber de Uendel, posicionar-se atrás da zaga rival e contar com uma falha para receber a bola e finalizar.

A finalização do gol foi a única do atacante no jogo – o Corinthians teve 16 no total, a maioria de volantes e meias que costumam chutar de média distância.

Em recuperação de uma cirurgia de hérnia, André vai se tornar em breve opção para o setor. Enquanto era titular, dizia que tinha poucas oportunidades de gol a cada jogo.

– A torcida está acostumada que o camisa 9 faça gols sempre, mas a bola não tem entrado. Eu tenho me doado para a equipe. Mais importante do que fazer gols é o time ganhar. Estou me preparando para a bola voltar a entrar – afirmou, em maio.

No Brasileirão, os centroavantes atuam mais como pivôs do que como finalizadores. Com alguma frequência, Luciano sai da área para servir de apoio aos meias. Estes, sim, chutam a gol. Não à toa, Marquinhos Gabriel tem quatro gols marcados e divide a artilharia do Timão na competição com Romero, que só marcou nos jogos em que atuou aberto pelo lado direito.

Há ainda as obrigações defensivas, que exigem fisicamente dos homens de frente. Luciano precisa dar o primeiro combate nos zagueiros adversários e pressionar a saída de bola.

O papel tático não é tão visto nas arquibancadas, mas ajuda a entender o outro lado: apesar de não fazerem gols, os centroavantes são parte integrante da melhor defesa do Campeonato Brasileiro. São só dez gols sofridos em 14 partidas.
Em 2015, as obrigações eram parecidas, e o centroavante da vez, Vagner Love, demorou a deslanchar. Depois de um primeiro turno abaixo da média no Brasileirão, ele terminou o campeonato na vice-artilharia geral, com 14 gols marcados.

No próximo domingo, Luciano tem chance de consagração: é dia de clássico contra o São Paulo, às 16h (horário de Brasília), na arena alvinegra em Itaquera.