O corintiano Tite ou o atleticano Levir Culpi provavelmente teriam feito melhor se estivessem no comando da seleção brasileira na estreia nas eliminatórias da Copa de 2018 nesta quarta contra o Chile. Pelo menos, levariam a campo a mentalidade de técnicos acostumados a brigar por título em campeonato disputado por pontos corridos, seguidores da regra de que bom resultado fora de casa é a vitória.

Mesmo sem Neymar, seleção brasileira tinha que jogar para vencer, mas Dunga preferiu cautela à ousadia. E seu time não mostrou o entrosamento, a articulação, e o preparo que Atlético-MG e Corinthians exibem no Brasileirão para pressionar o adversário já na saída de bola, para trocar passes com precisão ou para contra-atacar.

Uma demonstração do trabalho falho de Dunga é ele ter que recorrer na hora do aperto a Ricardo Oliveira, que merece a vaga, mas não foi chamado antes pelo técnico para se acostumar ao jeito de jogar do time. (Opa, no momento em que escrevia esse parágrafo: gol do Chile, dois a zero).

O pior é imaginar que Dunga não deve ter se abalado com a derrota, muito menos com o humilhante “olé” gritado pelos chilenos. Pragmático como é, não está preocupado em ser o primeiro das eliminatórias, basta se classificar. E as eliminatórias estão só começando. Falta a ele, entre tantas coisas, o espírito que Tite e Levir implantaram em suas equipes. Mas para isso, o trabalho precisa ser muito bem feito.