Nenhum jogador do Corinthians apareceu na sala de imprensa do CT Joaquim Grava na manhã desta segunda-feira, dia seguinte à derrota nos pênaltis para o Palmeiras, que eliminou a até então badalada equipe de Tite do Campeonato Paulista. Apenas o gerente de futebol Edu Gaspar – para apresentar uma parceria com o Bragantino – e o auxiliar técnico Cléber Xavier se sentaram diante das câmeras de televisão.

“Não estou aqui para blindar os atletas”, garantiu Edu, aparentemente desconfortável com a falta de interesse na sociedade que o Corinthians firmou para aproveitar os seus novatos no Bragantino. “Hoje de manhã, estávamos falando sobre a entrevista. Não havia possibilidade de os jogadores virem – uns estavam fazendo recuperação, outros tinham que ir embora mais cedo. Acabaríamos atrasando todo o mundo. Só vim mesmo para explicar a parceria, a pedido do presidente, para que todos pudessem entender brevemente”, insistiu o dirigente.

O que não deu para entender com muita clareza foi a postura do elenco do Corinthians, uma vez que nenhum jogador se pronunciou. Já no domingo, ao deixar o vestiário de Itaquera com a dor da derrota para o grande rival, o grupo de atletas havia evitado os microfones. Para a direção, não se trata de uma fuga.

“Muito ao contrário. Se fosse pedido, todos os atletas viriam dar entrevistas com o maior prazer”, ressaltou Edu. “Eles estão orgulhosos de si mesmos. A derrota doeu, ainda mais pela campanha que o Corinthians fez. Só que existe uma programação a ser cumprida.

Temos que cuidar da parte física da melhor maneira possível, então não haveria tempo de atender a imprensa. Mas tenho certeza de que o histórico deles dá muita credibilidade de assumir a situação e vir falar”, completou.

Poucos minutos depois, Edu abriu um sorriso amarelo, agradeceu pela atenção e encerrou a sua entrevista coletiva, com a justificativa de que tinha um compromisso no início da tarde. Restou a Cléber Xavier se posicionar sobre a preparação do Corinthians para o clássico contra o São Paulo, pela última rodada da fase de grupos da Copa Libertadores da América.

Silêncio no treino
O treinamento do Corinthians também foi silencioso. Com o desfalque do atacante Emerson, com dores no joelho direito após cumprir suspensão automática contra o Palmeiras, aqueles jogadores que pouco jogaram ou não estiveram em campo na semifinal estadual trabalharam com bola no gramado.

Enquanto os atletas de linha faziam aquecimento, o goleiro Cássio ficou encostado em uma grade do CT Joaquim Grava e trocou algumas palavras sobre a derrota no clássico com o colega Walter. Um cinegrafista tentou se aproximar da dupla e acabou repreendido.
Não muito mais tarde, Cássio, Walter e o jovem Matheus Vidotto se posicionaram para um trabalho de finalizações – a que o técnico Tite assistiu de pernas cruzadas, na sombra, conversando vez ou outra com o médico Julio Stancati.

O meio-campista Elias, que perdeu um pênalti contra o Palmeiras, marcou um bonito gol de cobertura e ganhou alguns aplausos dos pratas da casa do Corinthians. Um deles era o atacante Malcom, que se movimentou bem após ser preterido de novo do banco de reservas por Tite – o treinador optou por Luciano, porém não o utilizou no decorrer do clássico.

Tite falará um pouco sobre essas situações do Derby e muito sobre o próximo compromisso, contra o São Paulo, na terça-feira – dia em que também não estão previstas entrevistas de integrantes do elenco de jogadores do Corinthians.