Pressionada pelas vaias vindas das arquibancadas, a diretoria do Corinthians comunicou na madrugada de hoje (3) a demissão do técnico Sylvinho após quase nove meses e 43 partidas no cargo. O presidente Duilio Monteiro Alves — responsável pela decisão — chamou a mudança de "correção de rota" e agora se dedica nos próximos dias à escolha do novo treinador.
O clima de insatisfação dos corintianos foi o fator-chave para a queda de Sylvinho, mas o que motivou o desgosto da Fiel com o trabalho do ex-treinador? Desde o segundo turno do Campeonato Brasileiro do ano passado, a torcida do Corinthians vinha dando demonstrações de seu desejo por mudança. Abaixo, o UOL Esporte enumera os cinco principais motivos que contribuíram para a decisão.
Tática restrita
De longe, a principal reclamação do trabalho de Sylvinho no Corinthians foi com a falta de variações táticas. Adepto de sistemas marcados pela solidez defensiva, o treinador trabalhou muito para montar um time preocupado em não tomar gols e pecou na organização do ataque.
As limitações às subidas dos laterais, principalmente às de Fagner pelo lado direito, contribuíram para que os meias ficassem sobrecarregados e o time fosse facilmente mapeado pelos adversários. Além disso, sem um homem de confiança para ser a referência na área, o ex-comandante não definiu se jogava com ou sem centroavante.
Dificuldade de imposição
Do segundo semestre do ano passado para cá, o Corinthians ganhou os reforços de Giuliano, Willian, Roger Guedes e Renato Augusto. Mesmo com os nomes de peso no elenco, a equipe quase nunca conseguiu se impor em campo para dominar uma partida. Além disso, o Timão sofreu em jogos considerados fáceis no ano passado, contra Juventude, América-MG, Cuiabá e Chapecoense — todos na Neo Química Arena. Como o cenário se repetiu nos três jogos desta temporada, a torcida não conseguiu manter a paciência e passou a vaiar o treinador.
Vexames contra Flamengo e Atlético-MG
Ainda no ano passado, o Corinthians visitou Flamengo e Atlético-MG pelo segundo turno do Campeonato Brasileiro e foi 'engolido' pelos adversários com duas derrotas esmagadoras, ambas por 3 a 0. As duas equipes, junto com o rival Palmeiras, são consideradas referências no cenário nacional, e o Timão do técnico Sylvinho não teve a mínima chance quando as enfrentou.
Postura excessivamente defensiva
Houve jogos que o Corinthians saiu na frente do placar e, mesmo dominando a partida, adotou uma postura defensiva, recuou as linhas de marcação e passou a apostar nos contra-ataques. A tática foi encarada muitas vezes como desnecessária e prejudicial à equipe. Foi, por exemplo, o que aconteceu no último domingo, contra o Santo André, no ABC Paulista — compromisso que marcou a primeira grande manifestação contrária a Sylvinho.
Aproveitamento abaixo de 50%
Os números também não ajudaram o treinador durante sua passagem pelo Corinthians. Em 43 jogos, Sylvinho somou 16 vitórias, 14 empates e 13 derrotas — o que contabiliza 48% de aproveitamento dos pontos disputados. A queda precoce na Copa do Brasil, as inconstâncias no Campeonato Brasileiro e a ausência de imposição técnica no início do Paulistão irritaram a Fiel.
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