11/5/2020 09:52

Ex-Corinthians conta como virou artilheiro no Kwait e jogou em time do exército na Tailândia

Ex-Corinthians conta como virou artilheiro no Kwait e jogou em time do exército na Tailândia
Rodrigo Vergílio é praticamente um cigano do mundo do futebol. Conhecido como Careca, o ex-atacante recém-aposentado fez uma longa carreira em clubes fora do Brasil, mas seu destino poderia ter sido diferente. Durante três anos, ele foi jogador do Corinthians, mas nunca conseguiu atuar.



Após ser aprendiz de marceneiro e pedreiro na adolescência, ele foi para a base da Matonense, aos 16 anos. No clube do interior paulista, ganhou o apelido que o acompanhou por toda carreira devido ao fato de raspar os cabelos toda semana.

“Fiz minha estreia profissional no jogo contra o Santos e a gente perdeu o jogo de 5 a 4, mas eu marquei dois gols. Depois do Estadual eu fui para o Corinthians, em 2001. O clube tinha uma parceria com o Palmeiras, mas meu pai era corintiano e eu queria realizar um desejo do meu coração", disse, ao ESPN.com.br.

Ele chegou a treinar com os profissionais pelo treinador Vanderlei Luxemburgo, mas não teve muitas chances.

“O time tinha Vampeta, Marcelinho Carioca, Rogério, Fábio Luciano, Kléber, Gil... Naquela época o Corinthians era muito bom e quase nenhum garoto teve oportunidade de jogar”, contou.

Apesar disso, Careca afirma que sua passagem pelo Parque São Jorge foi atrapalhada por um problema extracampo.

"Logo no primeiro ano o Corinthians queria me comprar e me chamaram para entrar em contato com meus agentes. Eles queriam uma reunião para poder finalizar, mas eles queriam dividir em algumas parcelas. O presidente da Matonense disse que não queria assim e arrumou a maior arrumou uma confusão com os caras lá dentro da sala do diretor", afirmou.

"Ele falou: ‘Se vocês não comprarem o Careca, eu vou vendê-lo para o Palmeiras, só estou esperando ele sair daqui para levar’. Só que os caras esqueceram que eu tinha mais um ano de contrato. Aí, o diretor do Corinthians falou: 'Nós não vamos comprá-lo e ele vai ficar aqui mais um ano só jogando na base e não vai jogar mais no profissional’. Os caras acabaram me prejudicando", lamentou.

Quase jogou com Parreira
Em 2002, Careca jogou a Copa São Paulo de futebol júnior com uma equipe com nomes como Betão, Rosinei, Luciano Bebê, Coelho, Fininho e Marcelo. "Nós tínhamos um time muito bom, mas não passamos da primeira fase. A gente terminou com a mesma pontuação que o Santo André, mas ficamos com saldo de gols menor".

Careca chegou a despertar o interesse de Carlos Alberto Parreira, então treinador do profissional. Mas teve sua carreira atrapalhada por ser pivô de uma “guerra de empresários”.

“Eu tinha assinado procuração com três empresários. Cara, foi a maior confusão porque ninguém sabia quem era o meu empresário! Cada hora aparecia um cara no Corinthians dizendo que me representava. Era um menino novo que havia acabado de chegar do interior e fiz várias lambanças”, admitiu.

“O Vampeta falou para mim: ‘O Parreira está doido para te colocar para jogar, só que tá tendo uma briga interna. Apareceu um monte de empresários aí e os caras não vão te botar jogar enquanto você não resolver essas situações’. Respondi: ‘Para falar a verdade, nem sei quem é mais o meu empresário de verdade, cara!’ Foi um negócio engraçado”. Os caras prometiam uma um negócio e eu já assinava”.

Como não atuou com a camisa alvinegra, ele foi emprestado para alguns times antes de sair de vez do Parque São Jorge, em 2004.

"Como não tive oportunidade de jogar no profissional, eu comecei ter o desejo do meu coração de sair do Brasil. Antes disso, eu acabei sendo emprestado para alguns clubes e quando faltava seis meses para o fim do meu contrato eu pedi para rescindi-lo. Fiz um acordo e abri mão do dinheiro que eu tinha para receber".

Ídolo fora do país
Em 2004, Careca teve sua primeira experiência fora do país quando jogou por alguns meses pelo Ventforet Kofu, do Japão. “Eu gostei muito do Japão pela organização do país e pelo profissionalismo do japonês”, disse.

Após rodar por clubes como São Bernardo-SP, Grêmio Barueri-SP e Comercial-SP, Careca voltou à "Terra do Sol Nascente" para defender o Thespa Kusatsu. Após três temporadas na J-League, ele foi para o Al Nasr, do Kwait. No país, ele virou artilheiro do campeonato local e ganhar alguns presentes.

Após quatro temporadas, ele teve uma rápida passagem pelo Guaratinguetá antes de ir aos Emirados Árabes.

“Meu treinador era o Walter Zenga, que foi o goleiro da Itália na Copa de 1990. Muitos jogadores de nome passaram por lá e joguei contra o Ricardo Oliveira, Fernando Baiano Grafite e o Canavarro, que já estava encerrando a carreira. Ele não já não estava mais naquela pegada de antes, mas o cara era muito experiente e só corria no espaço certo do campo. Eu só consegui fazer um gol quando saí do lado dele (risos)”.

"Teve um clássico em Dubai que fiz dois gols e o patrocinador deu um relógio pra mim e para minha esposa. Em outro jogo, ganhei um celular BlackBerry que usavam muito por lá".

Em 2015, Careca mudou-se para o Siam Navy-TAI, clube que pertence ao exército tailandês.

“Eram poucos os clubes que tinham boas condições. O Navy, que é um time militar, fazia a gente correr 8km por dia no asfalto na pré-temporada. A princípio achei que não aguentaria essa carga de trabalho excessiva. Eles ainda não tinham um conceito bom profissionalmente falando. A gente treinava mais quase três horas por dia. Era uma loucura, não fazia parte do futebol”.

Apesar disso, ele gostou da experiência.

"A Tailândia é muito bacana porque o pessoal que é bem simples e carismático. Cada lugar é diferente e eu joguei em vários países pelas oportunidades. Não somente pela parte financeira, mas também pela cultura”.

Careca voltou ao Brasil em 2018 para defender o São Bernardo. Neste ano, ele marcou o gol na última rodada do Paulista que evitou o rebaixamento da equipe do ABC Paulista para a 3ª Divisão.

Logo depois, pendurou as chuteiras e passou a trabalhar com a empresa Eleven Soccer, que cuida de jogadores como Jaílson e Thiago Santos.



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