A entrada de Luan na equipe titular se apresentou como um aspecto decisivo para a seleção brasileira conquistar o ouro na Olimpíada de 2016, disputada no Rio de Janeiro. Quem alçou o meia-atacante ao posto de titular e julga ter extraído boa parte da capacidade do jogador nos Jogos foi Rogério Micale, treinador na conquista inédita e declaradamente fã do jogador.



Agora, quase quatro anos depois, a receita para tirar o melhor do camisa 7 é repassada para Tiago Nunes, no Corinthians.

Pós-ouro, Luan chegou ao auge da carreira ao ser um grande destaque do Grêmio no título da Copa Libertadores de 2017. Nos dois anos seguintes, lesões e a irregularidade técnica atrapalharam o atleta de 27 anos, que se transferiu nesta temporada para o Corinthians e ainda busca reencontrar o futebol dos tempos olímpicos. Micale, fã do jogador, destrinchou o meia-atacante.

"Luan é um jogador que o europeu não gosta muito; ele joga solto. É um bom 'peladeiro', na melhor definição da palavra. Ele é um cara que sempre cria superioridade numérica em todos os setores do campo; os europeus gostam mais de um jogo posicional, sem tanta liberdade. Luan gosta de estar perto da bola. Na hora que pegar um grupo e encaixar, é um grande jogador", destacou o treinador de Luan na Olimpíada.

O próprio Micale admite que o hoje jogador do Corinthians luta para recuperar o prestígio de outrora. Mas, ciente de como se comporta o jogador, sai em defesa em relação à irregularidade, algo tratado como comum dentro do futebol de mais alto nível.

"Luan criou uma expectativa nas pessoas de sempre estar bem, mas não é uma máquina. É ser humano. Se fosse máquina, você programaria para trabalhar no mesmo nível 24h nos 365 dias do ano e iria funcionar. Luan é um ser humano, sujeito a lesões e problemas particulares", destaca Micale.

"Luan tem um potencial enorme e uma hora vai voltar a jogar, tomara que seja o mais rápido possível. É muita qualidade", encerrou o treinador campeão olímpico.

Assim como Luan, Micale também vive uma fase de recuperação na carreira. Campeão olímpico em 2016, o treinador passou por Atlético-MG, Paraná e Figueirense.

Depois de um 2019 sem trabalhar, o técnico assumiu neste ano o time sub-20 do Cruzeiro, antes da expansão da pandemia de coronavírus que interrompeu as atividades no futebol brasileiro.



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