4/5/2018 11:00

Veja o caso do corinthiano que invadiu o Pacaembu e arrancou grama campeã da Libertadores com uma faca de marmita

Veja o caso do corinthiano que invadiu o Pacaembu e arrancou grama campeã da Libertadores com uma faca de marmita
Foto: Arquivo pessoal

Boa parte dos 30 milhões de torcedores do Corinthians pouco divergem sobre o auge daquela noite de 4 de julho de 2012:

- os gols de Emerson Sheik sobre o tradicional Boca Juniors;
- os gritos de "é campeão!" vindos das arquibancadas do Pacaembu;
- a taça da Libertadores sendo levantada pelo capitão Alessandro.



Impossível outra cena ser apontada como ápice daquele episódio final da saga alvinegra, certo? Errado. Ao menos para o corinthiano Bruno Nercessian Corradini, as alternativas anteriores foram meras preliminares para o que viria a se eternizar como maior loucura já feita em seus 25 anos de torcedor do Timão.

Vamos invadir o Pacaembu? Por que não?!

O Corinthians havia acabado de se consagrar de forma inédita e invicta campeão da Copa Libertadores da América. Bruno, o irmão Raphael, o amigo Serginho e demais colegas estavam reunidos nos arredores do Pacaembu naquele início de madrugada festejando a conquista. Eis que um deles lança a ideia:

"E se a gente voltasse ao estádio pra pegar um pedaço da rede dos gols do Sheik?"

A euforia pelo título do Timão combinada ao princípio de tédio pela falta de cerveja nos isopores dos vendedores ambulantes fizeram Bruno, Raphael e Serginho toparem o desafio. Eles se despediram dos demais amigos e partiram em caminhada rumo à Praça Charles Miller, onde tentariam entrar pelo portão principal do Pacaembu.

"Alguns falaram que a gente estava louco. Outros incentivaram. Eu, com o Serginho e principalmente com meu irmão, fomos a fundo na operação de resgate da rede. A odisseia começou ali no portão principal, a gente já deu de cara com a cavalaria da PM. Eles estavam entrando nos caminhões. Não passou de um susto", recordou Bruno, ao site Meu Timão, se referindo aos primeiros passos da aventura, dados por volta da 1h30 daquela madrugada.

Percebendo que a entrada pelo portão principal não seria fácil nem mesmo com a saída da Tropa de Choque, o trio de corinthianos deu volta ao redor do estádio até encontrar um portão aberto. Eles ficaram na espreita até surgir a brecha: uma ambulância passou pela entrada do estádio. Foi o suficiente para o segurança se distrair: Bruno & cia. entraram no Pacaembu.

Isqueiro? Facão? Me vê essa marmita aí!

Devidamente alocado na parte de dentro do Pacaembu, o trio de corinthianos logo se viu em meio aos jornalistas que trabalhavam na cobertura do título naquela noite, todos parados em frente ao vestiário onde estavam os jogadores do Timão. Eis que Bruno, numa tentativa de se aproximar do então dirigente Edu Gaspar, que já aguardava o elenco dentro do ônibus alvinegro com a taça da Libertadores em mãos, rolou por debaixo do automóvel para chegar ao outro lado do busão. Nada feito: foi colocado de canto por um segurança e precisou se juntar novamente ao irmão e ao amigo. Nesse momento, Serginho precisou se retirar. Sobraram Bruno e Raphael na odisseia pelo acesso ao gramado onde havia poucos instantes o Corinthians se consagrava campeão da América do Sul.

Foto: Arquivo pessoal

Àquela altura Bruno e Raphael se gabavam de alguns trunfos. Por frequentarem o Pacaembu desde pequenos, inclusive em eventos não relacionados a futebol, eles conheciam consideravelmente os bastidores e caminhos do estádio. Ademais, os irmãos tinham um agasalho e uma camiseta "neutras", possibilitando assim um disfarce que os diferenciassem de torcedores. A partir daí, um improviso ou outro foi necessário para avançar na missão - o próximo passo era conseguir um objeto cortante para facilitar a retirada da rede.

"Encontramos um outro segurança e conversamos falando que éramos cabo men de uma emissora e precisávamos de uma faca para ir embora, que estávamos cansados e tal. Não rolou", iniciou Bruno. "Depois entramos numa parte de acesso restrito apenas à PM. Lá só encontramos faca de plástico, restos de comida, frango, etc.", continuou.

Foi nesse momento que surgiu a tríplice salvação: um jornalista solidário, uma marmita recém-degustada e os talheres já utilizados e portanto sem mais nenhuma utilidade ao profissional de imprensa naquela madrugada.

"Tentamos contato com o pessoal que ainda estava trabalhando na zona mista e um deles nos emprestou uma faca da marmita dele. Eu me passando por cabo man novamente (risos). Ficou combinado que eu devolveria a faca assim que possível. Enfim começamos a parte final da odisseia: descobrir qual seria o melhor acesso ao campo."

Mais vale um tufo de grama no bolso do que uma rede voando

Bruno e Raphael primeiro tentaram se passar por jornalistas para acessar o gramado pelo túnel de saída dos vestiários. Azedou: os seguranças solicitaram crachás.

A partir de então, os irmãos lançaram mão de vez da carta de conhecimento do Pacaembu. Um corredor aqui, uma sala ali, uma porta acolá... Longos minutos se passaram até que eles se dessem conta de onde estavam: embaixo do Tobogã, com acesso livre ao gramado. Opa! Livre não: alguns seguranças ainda rondavam o campo do alto das 3h da madrugada.

Numa espécie de brincadeira de "polícia e ladrão", eles correram ao campo na primeira tentativa de cortar a rede do gol que fica ali mesmo em frente ao Tobogã. Logo foram flagrados por um dos seguranças e precisaram correr de volta ao esconderijo. Incertos se estavam seguros o suficiente, passaram um tempo trancados num banheiro químico. Somente com a certeza de que já haviam despistado o caçador, os corinthianos partiram para o novo e derradeiro ataque. Apenas com a tal faca e as unhas em mãos, precisaram pensar rápido: mais valia um um tufo de grama no bolso do que uma rede voando...

Foto: Arquivo Pessoal

"A gente conseguiu entrar no campo, umas 4h30 da manhã. De novo não conseguimos cortar a rede, nem se mexia. Falei pro meu irmão: pega o máximo de grama que você consegue. Meia, bolso da frente, de trás... Segurança veio correndo, entramos no túnel e desaparecemos na parte de trás do Tobogã. Ficamos uma meia hora ali e, com medo real de encrenca com seguranças, vazamos", recordou.

"Guardamos até hoje a grama, até junto com uns papeis picados, provavelmente que a torcida soltou na época. Um pedacinho da história. Não replantei a grama porque não gostamos muito de coisa verde. Deixa ela bem sequinha que está bom demais. O que fica é a história, ter feito parte de um momento histórico, pisar no campo em que nos sagramos campeões... Já valeu por tudo", finalizou Bruno.

Ô, se valeu!



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