Foto: Marco Galvão/Foto Arena

Após fechar o ano de 2017 com um déficit de R$ 35 milhões, o Corinthians tenta reduzir as despesas e aumentar suas receitas.
O departamento financeiro, chefiado desde fevereiro por Wesley Melo, quebra a cabeça para fechar as contas do Timão e realiza atualmente uma espécie de mapeamento do clube.



A análise registrou cerca de 10 mil funcionários , o que é considerado grande dentro do clube, por isso, alguns cortes devem ser feitos em breve, mas a intenção não é vender jogadores do elenco.

Veja abaixo, alguns trechos da entrevista de Wesley Melo, chefe do departamento financeiro do clube, ao site Globoesporte

Mesmo com os títulos paulista e brasileiro e vendendo alguns jogadores, o Corinthians fechou 2017 com déficit de R$ 35 milhões. Quais os motivos para isso?

– Aumento de custo e queda de receitas. Não tivemos um patrocinador máster, as luvas pela assinatura do contrato de TV não se repetiram, e também tem a questão da arena. Tivemos que assumir custos de aproximadamente R$ 25 milhões com a arena em 2016 e 2017. A junção desses fatores explica 95% desse déficit.

Do déficit de R$ 35 milhões, R$ 31 milhões vieram do clube social e dos esportes amadores. Não é possível separar o futebol?

– Já fazemos a divisão contabilmente, para identificar se o social dá lucro ou prejuízo. Isso é uma lei, uma ordem, o Profut (Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro) pede isso. No passado, vi candidatos falarem nisso, sobre fazer uma razão social só para o clube e uma só para o futebol. Eu não concordo. Na prática, tira de um bolso e entra em outro. O que é preciso é identificar o que fazer para tornar o déficit menor ou até transformá-lo em superavit. Mas futebol e clube social podem estar juntos. Tanto é que temos temos patrocínios que podemos levar de um para o outro, como é o caso da Estrella Galicia.

O que fazer, então?

– Acredito mais numa ação efetiva de corte de custos e busca por receitas. O clube é muito grande, são mais de 700 funcionários. Se somarmos PJs (pessoas jurídicas), dá mais de mil.

Vocês pretendem mexer nisso?

– Foi uma das primeiras coisas que a gente fez. Tomamos posse há três meses, mas já sabíamos da situação. De cara, a gente mapeou todos os funcionários e prestadores de serviço. Está sendo feito um trabalho de revisão por mim, pelo Luis Paulo Rosemberg (diretor de marketing), e os novos diretores vão contribuir para isso.

São previstos cortes?

– Pretendemos ter uma análise de cargos e salários para buscar redução. Vivemos momento delicado, se não dá para contar com ações de fora, o que está na nossa mão é preciso fazer. De maneira inteligente, obviamente.

Quantos funcionários podem ser demitidos?

– A gente ainda não chegou nessa etapa, estamos mapeando, tentando fazer algo mais inteligente, para tentar entender cada área e ver se ela é importante. É como se fosse um orçamento base zero. Os passos são: identificar atividade, ver se é importante e depois fazer ajustes necessários. Não é um trabalho do dia para a noite e não é como cortar gastos com papel higiênico.

Foto: Globoesporte.com

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