“Jogai por nós'' foi o mosaico na Arena Corinthians. É uma das frases que os jogadores alvinegros leem acima das cabeças no final do corredor pouco antes de encontrar a equipe rival para subir ao gramado em Itaquera.

É o que a equipe voltou a fazer. Imprensou o Cerro na primeira etapa, marcando lá no alto. Trocou bola com paciência, ainda que errando muito com Bruno Henrique. Inverteu bem as bolas com Giovanni Augusto. Fez de tudo com Maycon (que pode até continuar no time quando voltar Elias, fazendo a função que não vejo Guilherme talhado para tanto). Não fez com Luciano o que ele fazia em 2015. Como todo o time ainda não repete aquele padrão. É nem poderia.

Mas o que se viu no gol de Lucca, aos 22. E o no gol que ele (melhor em campo) cruzou e a bola desviou em Mareco, aos 16, é parte de um repertório de um bloco construído tijolo a tijolo. Obra bem planejada mesmo quando os materiais são negociados. Construção bem feita e sólida.

O Corinthians de Tite, mais que uma orquestra, é uma partitura. Não tem solista. Mas todo mundo sabe executar o que está na pauta. Nenhum virtuose. Mas ninguém desafina ou sai do tom. Obra de maestro.

Por mais que não se possa exagerar ao enaltecer o papel de um treinador, Tite tira bola de pedra em Itaquera.