O futebol brasileiro enfrenta mais um capítulo tumultuado com o pedido do Ministério Público de São Paulo, que requer o afastamento de importantes figuras do Corinthians, incluindo os últimos presidentes Andrés Sanchez, Augusto Melo e Duílio Monteiro Alves. Esta solicitação, feita em 21 de agosto, foi protocolada pelo promotor Cássio Roberto Conserino e agora aguarda uma decisão do poder judiciário.

A investigação do MP se concentra em possíveis irregularidades associadas ao uso de cartões corporativos entre 2018 e 2025, assim como na prestação de contas da gestão presidencial anterior. Entre as crimes que estão sendo investigados, estão apropriação indébita, estelionato, furto qualificado, falsidade ideológica e até associação criminosa.

Embora Augusto Melo não ocupe atualmente nenhum cargo no Corinthians e tenha perdido seus direitos políticos após ser alvo de impeachment no mês passado, ele foi incluído no pedido de afastamento como uma medida preventiva. O promotor argumenta que a presença dos ex-presidentes poderia comprometer a coleta de provas e garantir a integridade da investigação.

Conserino ressaltou ainda que Sánchez admitiu ter utilizado o cartão do clube para fins pessoais e expressou preocupações de que uma empresa que fornecia serviços ao Corinthians poderia ser uma fachada. Além disso, houve dificuldades relatadas na obtenção de documentos financeiros do Corinthians, devido a uma aparente desorganização administrativa.

O promotor também mencionou que queria o afastamento dos ex-presidentes antes da eleição de Osmar Stabile, alegando que a presença deles poderia interferir na integridade do processo eleitoral e na investigação em andamento. Testemunhas já afirmaram que o controle de gastos do clube era apenas "meramente formal", trazendo à tona preocupações sobre a possível infiltração do crime organizado nas atividades do Corinthians.