A crise política vivida pelo Corinthians ganha um novo capítulo. Romeu Tuma Jr, presidente do Conselho Deliberativo do clube, foi afastado preventivamente do cargo. A decisão foi tomada na noite da última quarta-feira pela Comissão de Ética e Disciplina do Corinthians, após denúncias apresentadas pelo presidente do clube, Augusto Melo, e pelo conselheiro Roberto Willian Miguel, conhecido como Libanês. Foram três votos a um pelo afastamento preventivo de Tuma. O presidente da comissão, Roberson Medeiros, se absteve, já que o estatuto do clube prevê que ele assuma o comando do Conselho Deliberativo na ausência do presidente. Vale frisar que esta é uma decisão liminar. O mérito do caso ainda será julgado pela Comissão de Ética. Ao longo do processo, Tuma poderá apresentar nova defesa, com testemunhas e documentos. A decisão final do órgão ainda precisará ser referendada pelo plenário do Conselho Deliberativo.
Responsável por conduzir o processo de impeachment contra Augusto, Romeu Tuma Jr vinha há meses em conflito com o presidente alvinegro. Ele é acusado de comandar o Conselho de forma parcial e também de prejudicar a imagem do Corinthians com declarações públicas. O entendimento da maioria dos membros da Comissão de Ética foi de que, se Tuma continuasse no cargo, tais danos seriam perpetuados. A defesa de Tuma alegou no processo que não existe previsão estatutária no clube para tal afastamento e que a punição liminar deveria ser feita pelo plenário do Conselho, não pela Comissão de Ética. Também alegou "ausência de justa causa para o pedido cautelar". Procurado pela reportagem do ge, Romeu Tuma afirmou: – Não fui informado, acho uma aberração isso ser julgado sem eu estar presente na reunião porque pedi para ser notificado, até para alegar suspeição de membros da Comissão. Não quero comentar antes de ter acesso a esta decisão. Estou abismado e vou procurar saber em detalhes os fatos. A tendência é que Tuma ingresse com ação na Justiça comum para tentar retornar ao cargo. Eleito no início de 2024, ele tem mandato de três anos. Votaram a favor do afastamento liminar os conselheiros Mario Mello Junior, Paulo Juricic e Ronaldo Fernandez Tomé. O único contrário foi Rodrigo Vicente Bittar.